Cacique de 53 anos é assassinado a tiros na frente da família no AM

Homens encapuzados entraram na casa e atiraram contra Francisco de Souza Pereira

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Um cacique da etnia Tukano, de 53 anos, foi morto a tiros na casa em que morava, na comunidade Urukia, na Zona Norte de Manaus, na madrugada de quarta-feira (27). Homens encapuzados entraram na casa e atiraram contra o cacique. A esposa e a filha da vítima presenciaram o crime.

Segundo a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que vai investigar o caso, a motivação do crime ainda é desconhecida.

De acordo com a esposa de Francisco de Souza Pereira, Dulcinéia Ferreira Lima, de 51 anos, o casal estava em casa, junto com a filha de 11 anos. Por volta de 1h, três homens não identificados arrombaram a porta e foram até o quarto em que eles dormiam.

“Eles meteram o pé na porta. Estávamos dormindo e acordamos assustados. Queriam tirar ele da casa, ele não saiu e deram tiros nele lá mesmo. E aí foram embora. Ainda colocaram a mão na boca da nossa filha para ela não gritar”, disse Dulcinéia.

Pereira era um cacique indígena da etnia Tukano e atuava em lideranças de 42 aldeias, segundo sua família. A esposa conta ainda que a vítima não tinha briga com ninguém e sempre trabalhou em prol das comunidades.

Liderança indígena

A irmã de Francisco Pereira, Sulamita de Souza Pereira, 55 anos, lembra que o irmão costumava trabalhar com obras. Ele era envolvido com aldeias indígenas mas passou a buscar liderança após a morte da mãe, há quatro anos.

“Ele foi buscar conhecer mais da nossa tradição e descobriu que nossos avós eram envolvidos com a Fundação Nacional do Índio (Funai) quando nossa mãe morreu. Ele, então, começou a buscar essa liderança, até que conseguiu ser intitulado cacique”, lembrou a irmã.

Sulamita conta ainda que o irmão sempre buscou ajudar a todos os membros das comunidades espalhadas pela capital. Segundo a vizinha do cacique, Lucilene da Silva, de 51 anos, "assim é como ele deve ser lembrado".

“Ele tirava até da comida dele para dar para os outros. Dizia ‘Isso é para você. Não é muito, mas o que eu tenho para ajudar é isso’. Se você procurar qualquer um da comunidade, é o que vão dizer. Não é justo o que fizeram com ele”, lamentou.

O corpo do homem foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML).

Cacique da etnia Tukano foi executado a tiros



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES