Catedral Imperial de Petrópolis passará por ampla restauração

Obra deve começar até outubro deste ano e terá apoio do BNDES

Catedral São Pedro de Alcântara em Petrópolis | Diadorim Ideias/Isabela Kassow/Mapa de Cultura do Rio de Janeiro
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Reforma será concluída no segundo semestre de 2021 - Diadorim Ideias/Isabela Kassow/Mapa de Cultura do Rio de Janeiro

A Catedral de São Pedro de Alcântara, também conhecida como Catedral Imperial, localizada no centro histórico de Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, prepara-se para ganhar nova roupagem, o que deve contibuir para aumentar o fluxo turístico na cidade. O prédio da igreja, que foi incluído no plano de urbanização da cidade pelo imperador Pedro II e sua filha, a princesa Isabel, começou a ser construído em 1884 e foi inaugurado em 29 de novembro de 1925. O edifício passará agora por obras de restauração externa e interna.

“A catedral precisava passar por essa reforma porque apresenta estrutura que deve ser aberta para o público com toda a segurança”, disse à Agência Brasil o bispo da Mitra Diocesana de Petrópolis, dom Gregório Paixão. A Paróquia São Pedro de Alcântara é a gestora direta do patrimônio cultural do projeto de restauração da catedral, que tem apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com recursos não reembolsáveis do Fundo Cultural da instituição, no valor de R$ 13,1 milhões. A participação do BNDES representa 98% do investimento global, de R$ 13,4 milhões.

Dom Gregório Paixão ressaltou que se trata da restauração de um monumento que faz parte da história do Brasil e destacou um aspecto importante na construção da catedral. Segundo o bispo, foi uma obra que teve continuidade “por força muito forte das mulheres daquele período [Império], que a levaram adiante. Por isso, a obra tem também um viés da importância da presença feminina, que foi capaz de construir um prédio que, depois, se tornou um símbolo da cidade e um símbolo nacional”.

Turistas

De acordo com dom Gregório, a catedral recebe cerca de 300 mil turistas por ano, e as visitas são gratuitas. “Deve estar entre as principais igrejas do Brasil, com essa visitação”. A expectativa é que, após a conclusão das obras, o número de visitantes aumente 20% e 25%. O secretário de Turismo de Petrópolis, Marcelo Valente, enfatiza que a Catedral São Pedro de Alcântara é um dos principais atrativos turísticos e o mais procurado dentro do circuito religioso na cidade.

“Nosso município recebe, por ano, mais de 2 milhões de turistas, e a preservação do patrimônio histórico e cultural é fundamental para continuarmos atraindo cada vez mais visitantes”, disseValente.

Já o BNDES estima que, após o restauro, a catedral receberá cerca de 5,2 mil visitantes por mês. Na avaliação do BNDES, o projeto reforçará a vocação da cidade como polo de turismo histórico-cultural no Brasil. Com o aumento do turismo local, a perspectiva é de incremento anual à economia petropolitana em torno de R$ 10 milhões.

Com a restauração, será reaberto ao público o mausoléu onde estão os restos mortais de dom Pedro II, da imperatriz Teresa Cristina, da princesa Isabel, de seu marido, o conde d'Eu, e do primogênito do casal, dom Pedro de Alcântara, e sua esposa dona Elisabeth. Atualmente, as áreas superiores da catedral, que reúnem órgão, coro, torres e telhado, assim como o mausoléu, estão fechadas para o público.

Dom Gregório salientou também a importância das obras na catedral para a geração de empregos, uma vez que a ideia é contratar profissionais da própria região. Ele disse acreditar que muitas pessoas trabalharão na reforma, o que será muito positivo diante do crescimento do número de desempregados na região por causa do fechamento de vagas provocado pela pandemia do novo coronavírus.

Segundo o BNDES, durante a implantação do projeto, serão criados 40 empregos diretos nas obras de restauro e implantação da galeria expositiva.

Novidade

Uma das novidades que a reforma trará será a abertura da torre da igreja ao público. “As pessoas não só vão ter uma visão panorâmica da cidade, mas poderão conhecer a história da catedral, de uma construção que se confunde com a própria história do Brasil”, disse dom Gregório. Ele destacou que a catedral, embora seja administrada pela igreja católica, é aberta a todas as pessoas, de todos os credos. “É patrimônio do povo brasileiro.”

De acordo com o bispo, a catedral precisa de um trabalho de estruturação porque apresenta rachaduras em alguns pontos. A restauração devolverá o monumento “mais seguro, mais belo e informativo" à população”.

Para dom Gregório, a segurança é uma questão fundamental porque boa parte dos visitantes é constituída de crianças de colégios de todo o estado. “Essas crianças poderão visitar o monumento de forma integral, terão uma visão geral sobre arte, sobre cultura, e de uma forma profundamente ecumênica”. A igreja está aberta ainda aos que quiserem participar das celebrações, rezar ou assistir a concertos musicais.

A próximo etapa será a abertura de licitação para escolha da empresa responsável pelas obras na catedral. Seundo o bispo, os primeiros passos para a reforma poderão ocorrer até outubro, e a obra deve ser concluída no segundo semestre do ano que vem.

Etapas

O projeto foi proposto ao BNDES pela Mitra Diocesana de Petrópolis e faz parte de um conjunto de investimentos que vêm sendo implementados para promover a cidade como destino turístico relevante.

A restauração da catedral ocorrerá em três ações: restauro externo do edifício, abrangendo a recuperação da cobertura e do madeiramento estrutural, elementos de ornamentação e calhas, recolocação das rosáceas e modernização de toda a parte elétrica no interior e exterior da igreja, assim como instalação de sistema de combate a incêndio. Serão realizados também o restauro e a requalificação interna, com recuperação de elementos artísticos. Finalmente, haverá a implantação de uma galeria expositiva nos dois primeiros pavimentos da torre que antecedem o sino.

Nas cúpulas e agulhas neogóticas da catedral serão instaladas uma passarela e telas de projeção para contar a história da construção do prédio e exibir documentos históricos da fundação da cidade. A nova área permitirá a visitação do público à torre, que tem 70 metros de altura e proporciona uma vista panorâmica da cidade. (Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro)



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