Com 22 unidades, escolas integrais são sinônimos de educação completa no Piauí

Com 22 unidades de ensino funcionando no Piauí, as escolas de tempo integral já mostram bons resultados

Alunos do ensino integral: complemento educativo e menos tempo ociosos | Dayne Dantas
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Educação é a força motriz para o desenvolvimento de qualquer sociedade. E o Brasil, apesar de não ser um país modelo nessa área, tem avançado lentamente em torno da melhoria dessa questão. A modalidade de ensino em tempo integral tem se apresentado como uma das alternativas na busca de um sistema educacional de qualidade.

No Piauí, já existem 22 unidades de ensino, 13 em Teresina e 09 no interior, que atendem essa demanda. Os bons resultados obtidos entre os alunos e a comunidade, fazem o governo estadual preparar novos projetos para expandir os Centros de Ensino em Tempo Integral (CEMTIs).

Divididos em CEFTI (apenas ensino fundamental), CEMTI (apenas médio), CETI (fundamental e médio) e CEPTI (profissionalizante), estes centros adotaram a metodologia de aulas em tempo integral, manhã e tarde. Estas escolas geralmente funcionam de 09h às 17h, 9 horas de aula por dia, que são distribuídas em 7 aulas normais e 2 de reforço, para todos os alunos. Os estudantes que tiverem acompanhando bem usam estas duas aulas de maneira mais lúdica, os com dificuldades as usarão para um acompanhamento especial a parte dos outros. O objetivo é melhorar o rendimento dos alunos, fazendo com que ocupem o seu tempo ocioso com atividades educativas.

Para a coordenadora Alcina Sotero, esse método pedagógico é bastante eficiente e melhorou a realidade de muitas escolas de Teresina. Ela declara que as escolas em tempo integral são importantes, pois além de preencher o tempo dos alunos auxilia na sua vida prática e social. ?O fato dos alunos passarem o dia na escola permite a eles um melhor desempenho no ensino-aprendizado, pois a grade curricular é intercalada com atividades diversificadas, como dança, xadrez, música e esportes?.

Dentre as escolas que se destacam, a professora Alcina apontou o CEMTI (Centro de Ensino Médio em Tempo Integral) João Henrique Sousa, cujo diretor Gideão Santes Machado, informa que desde 2009 aderiu a esse sistema, a instituição tem melhorado consideravelmente. A começar pela estrutura que foi rearranjada para acolher os alunos em tempo integral. Foi necessária a construção e/ou reforma de laboratórios, bibliotecas, refeitórios, vestiários, sobretudo estes dois últimos, já que além dos intervalos para lanche, os alunos almoçam na escola e eventualmente trocam de roupa.

Após estas mudanças estruturais, alterou-se a essência do cotidiano, com a contratação de professores e a elaboração de projetos e planos de ensino específicos. Essas transformações têm resultado numa série de conquistas. De acordo com o diretor, a escola conseguiu o 2º melhor índice de aprovação no ENEM entre as escolas públicas estaduais, ficando atrás apenas da escola Augustinho Brandão, localizada em Cocal dos Alves.

Gideão atribui esse crescimento à mudança na rotina. ?Na escola de tempo integral o diferencial é carga horária e o envolvimento com toda equipe. Por conviverem mais tempo juntos, os profissionais e alunos se comprometem mais.

A partir do momento que o aluno passa um tempo maior na escola a família também se aproxima, envolvendo a comunidade com mais facilidade?, afirma.

Família é um pilar do ensino integral

A colaboração dos familiares é essencial para aprendizagem. Com o sistema integral, a presença da família é ampliada. O pai do aluno Rafael Lopes, o professor Gilson Alves Morais, é membro do Conselho Estudantil e sempre participou atentamente do processo de formação do filho. Para ele, esse acompanhamento é, acima de qualquer coisa, um dever que os pais precisam cumprir com zelo.

O fato dele ser educador reforça este compromisso e lhe dá propriedade para avaliar o ensino integral, que ele julga ser um modelo que oportuniza mais educação. ?Confio que a escola pública pode oferecer educação de qualidade. Principalmente nas escolas de tempo integral. A prova disso é o grau de satisfação e segurança do meu filho?, ressalta Gilson. Rafael Lopes, aluno do 3º ano do ensino médio, filho de Gilson, é um dos destaques do CEMTI João Henrique Sousa.

Ele foi um dos dois estudantes que representaram o Piauí no projeto ?Parlamento Jovem?. Para ele, vivenciar esta experiência no Congresso Nacional, em Brasília, foi algo singular. ?Levei um projeto sobre ecologia e resíduos sólidos eletrônicos, que foi desenvolvido aqui no CEMTI. Infelizmente o projeto não foi para plenária final, mas abriu muitas oportunidades, como o Congresso de Cultura em Tocantis, em agosto?, enfatiza.

Além disso, no 2º ano, ele conseguiu obter uma nota no ENEM que garantia sua vaga nos cursos de Psicologia da UFPI e Administração da UESPI. O jovem que veio de uma escola particular relata que a opção pelo centro de ensino foi uma aposta do seu pai que deu certo. ?No começo eu tive um pouco de receio, pois me deparei com uma nova realidade, mas hoje reconheço que meu pai teve uma ótima ideia. Cresci como aluno e como pessoa?, frisa o estudante, acrescentando ainda que a educação no Centro não se limita aos livros, e que a didática é algo interativo e divertido.

Atividades extras otimizam aprendizado

Como os alunos passam bastante tempo nesses centros, existe a preocupação em fazer com que o dia adia não se torne cansativo. Para tanto, é necessário que o processo de aprendizagem rompa com padrões burocráticos, para que o estudo não se torne desgastante e enfadonho. Por isso, a equipe sempre está pensando em métodos que mesclem a rotina de estudos com ações que aliviem as tensões, sem deixar de estimular a inteligência.

Para despertar o interesse dos jovens é preciso enfrentar o desafio de dinamizar o aprendizado. Uma das maneiras é inserir na rotina de estudo algumas atividades alternativas que transformem os conteúdos que tradicionalmente possuem uma didática maçante em temas mais atrativos, como a organização de saraus; simpósio de profissões; projeto ecoresotrônico (sobre resíduos sólidos eletrônicos) e o CEMPI Saúde, que num dos projetos envolveu a comunidade em coleta e doação de sangue, tendo parcerias com HEMOPI e UFPI.

As aulas de xadrez também são exemplo das ações voltadas a trabalhar o lúdico e ainda aprimoram o raciocínio. O xadrez é mais um motivo de orgulho do CEMTI João Henrique, que venceu as nove categorias das quais participava no campeonato de Jogos das Escolas Públicas. O professor de xadrez Francisco Rosa, evidencia que uma das razões para essa vitória, foi o maior tempo proporcionado pelos dois turnos, que permitiram uma maior dedicação e concentração dos alunos.



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