CPI do Transporte: desconhecimento de receitas de empresas gera estranheza

Questionados sobre o quanto as empresas têm a receber nos últimos quatro meses, os depoentes disseram não saber o valor por ser um cálculo complexo.

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público ouviu, nesta quinta-feira (27), os representantes das empresas Santa Cruz e Taguatur, que compõem o Consórcio Theresina, responsável por operar na zona Sudeste de Teresina. Diante dos depoimentos, o vereador Dudu, presidente da CPI, afirma ser suspeito o fato de muitos não saberem o faturamento das empresas e o valor que teriam recebido dos acordos com a prefeitura.

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Questionados sobre o quanto as empresas têm a receber nos últimos quatro meses, os depoentes disseram não saber o valor por ser um cálculo complexo, o que levou o presidente da CPI a afirmar que o não conhecimento e falta de controle das receitas das empresas causou estranheza. 

Oitivas da CPI do transporte em Teresina segue na Câmara Municipal (Foto: Ascom)

“Quase todos os empresários que estiveram aqui até agora alegam que por falta de repasses as empresas não tem como funcionar direito, mas não sabem os valores que devem receber. Como tem o controle da despesa e não tem da receita? Hoje um dos depoentes ainda colocou a necessidade da ajuda do estado, com isenção de ICMS e IPVA, mas isso não está na licitação, as empresas têm que cumprir com o que assinaram. O fato é que o transporte público piorou com a pandemia, mas sempre teve problemas, os serviços nunca tinham melhorado antes e a população sofre há anos, está desacreditada. É preciso que uma repactuação seja feita”, afirmou o vereador Dudu.

O presidente da CPI ainda alegou que os empresários não cumprem a licitação. “Já foi dito aqui pelas empresas que só o pagamento não resolve o problema, que existe empresas operacionalizando a licitação, mas que não participaram do certame, e que não foi cumprida a licitação. Ao que tudo indica vamos ter que tomar medidas, mas uma coisa é certa, houve descumprimento da licitação por parte tanto do poder público, como da iniciativa privada”, disse Dudu.

Depoimentos

Durante os depoimentos, os empresários ofertaram os dados sobre a quantidade de ônibus em operação e de funcionários. A Santa Cruz tinha sete ônibus e atualmente opera com três. Dos 61 funcionários, 34 permaneceram. A empresa também opera o transporte eficiente, que atualmente circula com 19 veículos. Já a Taguatur operava com 47 veículos e hoje 14 estão em circulação. Antes da pandemia, a empresa contava com 200 trabalhadores e atualmente são 140, quantidade que a empresária afirma ser muito maior do que o necessário para operar os 14 ônibus. 

O representante da Santa Cruz, Joselito Campelo, relatou que no início da licitação estava previsto que o Consórcio Theresina transportasse 25 milhões de passageiros e foi diminuindo ao ponto de chegar, no ano passado, a apenas 1 milhão. Já na sua empresa a previsão inicial era de mais de 1 milhão de passageiros por ano e em 2020 passou a ser de 20 mil passageiros. Para o empresário, pela situação da pandemia, a principal forma de melhorar o sistema é através do repasse do subsidio que está atrasado e a regularização dos pagamentos. Ele também propõe que o estado auxilie com a isenção de ICMS e IPVA. 

Também questionada sobre a solução para a situação do transporte público, a empresária da Taguatur, Ana Carolina Medeiros, afirmou que a integração precisa ser mantida, mas que muitas coisas precisam ser revistas. “Somos um tripé, empresário, poder público e população. A realidade em 2021 não é mais o espelho de 2014, quando foi feito o estudo. Com a pandemia zeramos o faturamento, mas nos foi exigido que continuássemos circulando com diversas condições que geram custos. As dificuldades são muitas, mas acredito que uma solução pode ser achada e estaremos dispostos a continuar prestando e melhorando os serviços”, disse a empresária.



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