Crise: população fluminense volta a usar lenha para cozinhar

Famílias com pouca renda estão passando por dificuldades para comprar o básico. Nas favelas e regiões mais pobres do Rio, muita gente está vivendo em situação de extrema precariedade.

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Estado do Rio mais que dobrou entre 2012 e 2020 e o número de desempregados já chega a 1,5 milhão de fluminenses.

A crise financeira provocada pela pandemia da Covid-19 piorou a vida das famílias que já viviam sob condições de vulnerabilidade. E algumas famílias tiveram que voltar a usar a lenha na hora de cozinhar.

Famílias voltam a ausar a lenha para cozinhar (Foto: Rede Globo)

Com três filhos e desempregada, Marcelle Cristina Lopes vive atualmente com cerca de R$ 300 por mês. Segundo ela, o dinheiro não dá pra quase nada.

"É muito difícil. Às vezes é criança chorando, querendo as coisas e não ter é difícil. A minha pequenininha pede, você fala que não, e a criança não entende. Eu fiquei três meses sem gás. Quando acaba, a gente procura fazer na lenha. Pega tijolo, madeira e faz um improvisado na lenha. Mas, quando tá chovendo, complica", disse Marcelle.

Além disso, famílias com pouca renda estão passando por dificuldades para comprar o básico. Nas favelas e regiões mais pobres do Rio, muita gente está vivendo em situação de extrema precariedade.

Para o casal Genilson Pereira e Maria Cristina de Azevedo, a rotina de cozinhar a lenha já dura 15 dias. “Há duas semanas eu construí [o fogão a lenha]. Acabou o gás e não tinha como comprar porque o gás estava muito caro. Improvisamos esse fogão de lenha na chuva, mas improvisamos ele", contou Maria Cristina.

O marido, que trabalha como auxiliar de serviços gerais, disse que a alimentação da família também mudou. "A gente compra pé de galinha, a gente compra ovo e pescoço, que é mais barato. Então, essas coisas assim que são mais baratas. Mais em conta no mercado", disse Genilson.

Fugindo da fome

O venezuelano Javier está no Brasil há três anos. Ele fugiu do seu país para tentar se livrar da fome, mas a realidade não mudou em sua nova casa.

"Todo dia não (dá pra comer). Às vezes, tem pessoas que dão ajuda e às vezes, não", contou Javier. Já Rosangela, que é brasileira, conta que a pandemia deixou tudo mais difícil. "Eu trabalhava em casa de família. Cada dia eu fazia faxina numa casa. Aí começou essa doença e não posso mais", contou Rosangela.

Ela disse ainda que não recebeu nenhum auxílio do governo durante a pandemia. "Vivo de uma ajuda de um, de outro. (O auxílio) ajudaria comprar remédio, pagar luz, água que não to pagando. Ajudaria muito", completou.



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