CRM-PI aplica indicativo de interdição em hospital de Redenção

Após vistoria, CRM encontrou várias irregularidades

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O Conselho Regional de Medicina do Piauí – CRM-PI e a Associação Médica Brasileira Secção Piauí – AMB – PI estiveram no final de semana no extremo Sul do Piauí e constataram que no município de Redenção do Gurguéia, distante 528 km de Teresina, onde o prefeito esteve recentemente preso, por suspeita de corrupção, apresenta sistema de saúde extremamente precário. O CRM-PI e AMB fizeram vistoria nesta sexta (26/08) onde foram constatadas graves irregularidades.

A primeira irregularidade foi constatada logo na fachada, na qual o estabelecimento de saúde consta como Hospital de Pequeno Porte , quando na verdade nem unidade básica de Saúde deveria ser, devido à ausência de fichas de atendimento, ausência de farmácia, ausência dos procedimentos básicos a serem realizados, vacinas, curativos, sala de inalação, equipamentos de reanimação cardiopulmonar, entre outros.

No local, há somente um profissional médico que presta o atendimento durante a sexta-feira à tarde e há relatos de que, às vezes, o profissional não aparece nesse dia da semana. Não há responsável técnico, o que é obrigatório pelas normas de Saúde, não consta escala médica e, portanto, o CRM-PI irá encaminhar aos responsáveis pela saúde de Redenção do Gurguéia documento de Indicativo de Interdição Ética. O prazo para que as melhorias sejam providenciadas é de 30 dias. Caso a Secretaria Municipal de Saúde do município não cumpra as exigências imediatas que serão constadas em relatório do CRM-PI, a unidade de saúde será interditada eticamente, ou seja, os profissionais médicos não poderão atuar no local.

Redenção do Gurguéia conta com uma população de aproximadamente nove mil habitantes e o que foi observado é que os dois estabelecimentos de saúde visitados – o hospital e a Unidade Básica de Saúde (UBS) não oferecem as mínimas condições de prestar um atendimento digno de saúde para a população. Por outro lado, em Monte Alegre, município vizinho, distante 18 km de Redenção do Gurguéia, com aproximadamente cinco mil habitantes, houve uma surpresa agradável da fiscalização. Foi vistoriada a Unidade Mista de Saúde Anfrísio Neto Lobão Castelo branco, onde foi evidenciado constar de todos os requisitos para prestar um bom atendimento, tais como: quatro médicos plantonistas todos os dias da semana, diurno e noturno, estrutura física adequada, enfermarias e consultórios, centro cirúrgico, sala de parto e pós parto com boa estrutura e climatizadas, serviço de fisioterapia, de ultrassonografia, eletrocardiograma, centro cirúrgico, sala de pré parto e parto funcionando, cozinha, lavanderia, equipamentos de RCP, com exceção de desfibrilador e cardioscópio, os quais o CRM-PI já notificou a unidade para que faça a aquisição em curto prazo.

Também foram fiscalizados os municípios de Giubués e de Corrente, este a cerca de 830 km de Teresina. Em Giubués, a fiscalização registrou que há apenas um posto de atendimento básico e os casos mais complexos são encaminhados para outros municípios, especialmente para Monte Alegre, onde o hospital encontra-se sobrecarregado decorrente da má gestão administrativa da cidade vizinha e também de Redenção do Gurguéia. Em Corrente, o hospital João Pacheco Cavalcante, que deixou de ser regional e passou a ser estadual, conta com boa estrutura, o grande problema é a falta de ambulância de porte avançado na cidade para fazer o deslocamento de pacientes graves, uma vez que o hospital não conta com estrutura de UTI para atender esses casos e também a falta de trombolíticos, que são drogas utilizadas em pacientes infartados.

Segundo o presidente do CRM-PI, que participou das fiscalizações, Emmanuel Fontes, “apesar de Monte Alegre ter um fundo de participação menor, portanto menos verbas, observa-se que quando os recursos públicos são bem geridos o grande beneficiário é a população, que desfruta de bons serviços de saúde. No entanto, em municípios como Redenção do Gurguéia e Giubués a falta de resolubilidade na saúde pública nos levam a tomar medidas mais enérgicas que venham a melhorar a saúde, assim como conseguimos que ocorresse em Parnaíba e até em Picos, onde a situação já foi muito pior do que hoje”, explicou.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES