Dólar cai abaixo de R$ 5 pela 1ª vez desde março

Na quinta-feira, moeda norte-americana fechou em alta de 0,73%, a R$ 5,1297.

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O dólar opera em queda nesta sexta-feira (4), caminhando para fechar a terceira semana consecutiva de recuos em meio a um cenário externo mais otimista, embora tensões políticas locais continuassem no radar dos investidores. Dados otimistas sobre o emprego nos EUA dão fôlego aos mercados.

Às 15h07, a moeda norte-americana caía 3,17%, a R$ 4,9670. Na mínima até o momento chegou a R$ 4,9348. É a menor cotação intradia desde 16 de março (R$ 4,8802). Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,73%, a R$ 5,1297. Na parcial da semana e do mês, porém, ainda acumula queda de 3,87%. Em 2020, a moeda ainda tem alta de 27,93%.

O Banco Central ofertará nesta sexta-feira até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem, com os vencimentos divididos entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, destaca a Reuters.

Cenário externo e interno

No exterior, permanece o viés mais positivo nos mercados à medida que os investidores se concentram em sinais iniciais de uma recuperação econômica pós-coronavírus expectativas de que o alívio das restrições retomará a atividade empresarial.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos surpreendeu e recuo em maio, após atingir no mês anterior o maior patamar pós-Segunda Guerra Mundial. O indicador, que havia alcançado 14,7% em abril, ficou em 13,3% no mês passado, segundo dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta sexta-feira. Participantes do mercado disseram que a leitura foi muito melhor do que a esperada, sinal de que o pior da crise econômica do coronavírus pode já ter passado.

"Investidores acompanham a divulgação de indicadores macroeconômicos, mas mantêm o foco na reabertura das atividades econômicas em vários países", escreveram analistas do Bradesco. "Além disso, o anúncio da ampliação do programa de estímulos monetários feito pelo BCE ontem ainda traz impulso adicional aos negócios", completaram.

O Banco Central Europeu aprovou uma expansão maior do que a esperada em seu programa de estímulo na quinta-feira para impulsionar suas economias, ampliando as compras de ativos emergenciais em 600 bilhões de euros, para 1,35 trilhão de euros.

No cenário doméstico, a crise do coronavírus ainda é vista como um dos fatores de maior risco ao país no momento, conforme o número de casos e mortes pela Covid-19 bate seguidos recordes diários e alguns estados começam a reabrir economias, mas sob risco de segunda onda de contágio em meio a um sistema de saúde ainda fragilizado - o que poderia atrasar a posterior recuperação econômica.

As atenções continuavam também nos desdobramentos políticos, com expectativa de possíveis agitações sociais para o fim de semana.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a chamar os manifestantes de grupos pró-democracia contrários ao seu governo de "marginais" e "terroristas" nesta sexta-feira, e pediu que as forças de segurança do país atuem contra as manifestações marcadas para domingo se os grupos "extrapolarem" os limites.

Apesar do recuo expressivo do dólar nos últimos dias, analistas não descartam a possibilidade de volatilidade daqui para frente diante também das tensões políticas locais, entre o Executivo e o Judiciário, e nos EUA, em meio a protestos contra o racismo e a violência policial.

Nesta semana, os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, conforme boletim "Focus" do Banco Central. A projeção passou de queda de 5,89% para um tombo de 6,25% no ano.

Já projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 ficou estável em R$ 5,40. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 5,03 por dólar para R$ 5,08 por dólar.



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