Drones entregam remédios e monitoram aglomerações

Em Recife (PE) e São Sebastião, no litoral de São Paulo, eles foram equipados com câmeras térmicas para identificar pessoas com febre, informou a DJI, uma das líderes mundiais na fabricação de drones.

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 Pela facilidade de contágio, o coronavírus impõe um desafio a mais aos que estão na linha de frente no combate à pandemia. Médicos, enfermeiros, policiais, entregadores e outros profissionais que não podem adotar o isolamento social estão se tornando, eles próprios, vítimas da doença.

Neste cenário, tecnologias que permitem a realização de tarefas a distância, como os drones, ganham cada vez mais importância e se apresentam como parte da solução para a retomada da vida cotidiana no mundo pós-pandemia.

Eles já estão em campo, seja em testes ou em uso corrente, em diversas cidades no mundo, inclusive no Brasil. No Rio e em Palmas, no Tocantins, drones estão sendo utilizados para monitorar e dispersar aglomerações.

Em Recife (PE) e São Sebastião, no litoral de São Paulo, eles foram equipados com câmeras térmicas para identificar pessoas com febre, informou a DJI, uma das líderes mundiais na fabricação de drones.

Foto: HANDOUT / AFP 

Em Gana, os artefatos voadores transportam amostras coletadas em zonas rurais para laboratórios na capital, Acra. Em diversos países, estão sendo usados no transporte de medicamentos e outros insumos médicos.

— Drones permitem que órgãos públicos obtenham informações de maneira rápida e eficiente, enquanto permitem a mitigação de riscos para os profissionais — afirma Romeo Durscher, diretor de Integração de Segurança Pública da DJI.

Apesar da diversidade de aplicações, ainda não alcançamos o estágio de vermos drones aos montes voando pelas cidades. Na opinião de Durscher, isso é explicado pelo fato de a tecnologia ser relativamente nova. Em alguns setores, como a fotografia e o agronegócio, eles se difundiram rapidamente, mas a velocidade dos órgãos públicos é diferente. A pandemia pode acelerar esse processo:

— É um ambiente guiado por processos que muitas vezes levam tempo para implementar novas tecnologias e procedimentos — diz. — Mas, assim que as pessoas virem o potencial dessa tecnologia e o que ela já pode oferecer, irão abrir os olhos.

Impulso para o delivery

Essa é a mesma opinião do professor da UFRGS Luís Lamb, membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE). Por terem sido desenvolvidos inicialmente para fins militares, os drones são extremamente precisos.

São “computadores voadores”, brinca o especialista, que aponta a tecnologia como essencial para a reabertura pós-pandemia.

Com segurança, eles podem dispersar produtos químicos para a desinfecção de espaços públicos. E o aumento da demanda por entregas em domicílio pode, enfim, tornar o delivery por drones uma realidade.

— Os drones são uma tecnologia extremamente flexível, pela mobilidade e agilidade no deslocamento dentro de cidades, o que falta é regulação — afirma Lamb. — Sem dúvida, neste momento de pandemia, os órgãos reguladores estão atentos à nova realidade.

O uso dessas aeronaves em serviços de entrega está sendo testado em vários países. A Wing — subsidiária da Alphabet, conglomerado dono do Google — opera comercialmente em cidades na Finlândia, na Austrália e no estado americano da Virgínia. Nas primeiras semanas de abril, a demanda dobrou.

Por aqui, a Storm Group realizará no Rio de Janeiro seu primeiro teste no uso de drones para entrega nesta semana. O fundador e presidente da empresa, Wanderley Abreu Júnior, explica que a tecnologia já existe, falta apenas regulação, mas existem dúvidas sobre a viabilidade do serviço no Brasil:

— Para operar os drones é preciso montar uma infraestrutura, distribuir bases para o pouso das aeronaves — explica. — Aqui os serviços de entrega são muito baratos. Vai ser muito difícil concorrer com os aplicativos de entrega.



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