Com pirataria, indústria do pornô fica em crise e tenta se reinventar

Com a venda de DVDs pornôs em baixa, a indústria do sexo tenta se reiventar.

A venda de DVDs pornôs está em baixa. | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O trabalho de garota de programa deixou de ser uma opção provável e se tornou uma necessidade para atrizes de filmes pornográficos que trabalham no Brasil.

Com a venda de DVDs pornôs em baixa, a indústria do sexo tenta se reiventar. O aumento da pirataria e o surgimento de novas opções para quem procura conteúdo sexual na rede --como as strippers virtuais-- tirou mercado de atrizes e produtoras pornôs.

Mulheres com trabalhos comuns largaram tudo para faturar com shows interativos na web. Dizem ganhar até R$ 10 mil por mês, sem sair de casa ou ter contato físico com clientes. São encontradas às dezenas em salas de bate-papo e serviços de buscas.

Resultado: "Uma cena que valia R$ 1 mil hoje vale R$ 500. Não tem como aceitar. Não dá para se sustentar só com filme [pornô] no Brasil", diz a acompanhante Patricia Kimberly, 28, estrela de longas como "Aula de Sacanagem" e "Garotas do Boliche".

No ano passado, a produtora mais famosa do país, a Brasileirinhas, chegou a divulgar uma nota desmentindo boatos de que estaria fechando. A empresa já trabalhou com celebridades como Leila Lopes (1959-2009), Alexandre Frota, Gretchen e Rita Cadillac.

Nos EUA, Steven Hirsch, fundador da gigante pornô Vivid Entertainment, criada em 1984, admite que o setor vive numa "tormenta perfeita".

"Queda na venda de DVDs, pirataria violenta, conteúdo gratuito e economia frágil... É o pior momento desta indústria em 25 anos", disse ao jornal norte-americano "USA Today".

"Por isso, muitas garotas começaram a fazer programa. O programa é garantido, todo dia", diz Patricia Kimberly.

"As produtoras estão parando porque este mercado [de DVDs] está acabando", diz Valter José, filósofo especialista em Kant e diretor de filmes pornôs. "Hoje, o formato do pornô no mundo inteiro já combina com a internet", explica.

Conseguir números precisos que contemplem o estado de espírito do mercado do pornô brasileiro não é tarefa fácil. Apesar da informalidade inerente à categoria, analistas que acompanham o setor há décadas veem uma transição clara entre a distribuição do conteúdo em mídias físicas (como DVD) para mídias virtuais.

"Os consumidores também se tornaram produtores", diz Maria Elvira Diaz-Benítez, autora de "Nas redes do sexo - Os bastidores do pornô brasileiro". Segundo a pesquisadora da Unicamp, a indústria dos DVDs "acabou", mas a pornografia segue forte no "front" virtual com outros personagens.

Caso de Anna Stripper, ex-gerente de loja formada em psicologia, que se sustenta exclusivamente de apresentações feitas por webcam

"Com certeza ganho mais do que uma stripper de boate. E nunca precisei sair com nenhum cliente", jura.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES