Após terminar o prazo de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido, no final deste mês, as condições para a compra de carros terão uma piora, já admitem as montadoras. Com a retomada do imposto, cuja alíquota terá elevação de um terço a partir de outubro, os preços vão começar a subir.
"Nem as montadoras nem o comércio varejista têm margens suficientes para assumir essa diferença. Certamente, as ofertas de outubro não serão iguais às de hoje. Se for para comprar o carro, é melhor fazer em setembro", disse o diretor de Vendas da Chevrolet, Nilson Martinez.
Para aumentar o volume de vendas, o setor automotivo já praticava descontos sobre a redução do IPI. Agora, mesmo com a competição acirrada no mercado, as montadoras não terão condições de preservar as mesmas políticas de preço, disse o diretor de Assuntos Corporativos da Ford, Rogelio Golfarb. "Será preciso manter as margens para pensar no horizonte de investimentos."
Além do retorno gradual do IPI (que retoma a alíquota cheia a partir de janeiro), o setor automotivo está pressionado por aumento de custos -como o reajuste do aço (que chegou às autopeças e, segundo Golfarb, já afeta as montadoras indiretamente) e a rodada de aumentos salariais acima da inflação para os trabalhadores.
Oportunidade
No último final de semana de IPI reduzido, a Peugeot faz hoje e amanhã um feirão no estacionamento do shopping Center Norte, na capital paulista. Fiat, Ford, Volkswagen e GM não fazem feirões, mas terão ações promocionais em suas redes de concessionárias.
Com a antecipação de compras, as vendas em setembro rodam com alta de 10% em relação ao mesmo mês do ano passado e até 18% na comparação com agosto, disse Golfarb. "Estamos com um ritmo bastante forte", afirmou.
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