Devendo R$ 25 mil, arquiteto diz que parcela até comida no cartão

O arquiteto Marcelo da Silva, 27, está parcelando as compras de mercado no cartão de crédito

divida no cartão de crédito | Divulgação
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O arquiteto Marcelo da Silva, 27, está parcelando as compras de mercado no cartão de crédito. Morador de São Gonçalo (RJ), Silva está desempregado e sobrevive fazendo bicos quando aparecem, mas a instabilidade dificulta o pagamento das contas em dia.

"Meus cartões de crédito viraram uma segunda renda. Estou pagando tudo que eu posso neles. Eu parcelo tudo e vou esperando, contando com a sorte e me virando como posso. Há um mercado em que costumo fazer compras que parcela em três vezes. Quando vou a algum que não aceita, eu parcelo o pagamento da fatura do cartão depois", afirma Silva. Ele representa uma tendência na crise: cada vez mais brasileiros estão parcelando até comida no cartão de crédito.

A dívida de Silva no cartão é de cerca de R$ 20 mil a R$ 25 mil. Hoje mora com o pai, que é motorista de aplicativo, e com a mãe, que não trabalha. Além de parcelar as compras, Silva passou a ir mais vezes a mercados, em busca de promoções.

"Tento fazer a compra do mês inteira, mas há alguns produtos que espero para ver se ficam mais baratos. Quando encontro algo na promoção, já compro para o mês inteiro", diz Silva.

Arquiteto deve R% 25 mil e parcela até comida no cartão 

Aumento do uso do crédito.

Leandro Rosadas, economista e especialista em gestão de supermercados, hortifrútis, atacarejos, padarias e açougues, afirma que o setor sentiu um aumento no uso de crédito de forma geral: antes representava cerca de 30% dos pagamentos e agora chega a 70% em alguns locais.

Os dados são baseados em mentorias que Rosadas faz com gestores de supermercados.

''O consumidor está empurrando para depois o pagamento de comida. O supermercado é a última coisa que as pessoas passam no cartão. Está ficando um pouco assustador''.

Outra coisa que tem acontecido, de acordo com Rosadas, é a criação de campanhas de parcelamento nos locais que não aceitam essa forma de pagamento no dia a dia, principalmente na segunda quinzena do mês, período em que as pessoas costumam ter menos dinheiro.

 



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