Eletrobras: Julgamento no TCU pode ser suspenso por até 60 dias

A segunda etapa do julgamento que define pontos do processo de privatização está prevista para esta quarta-feira (20) no TCU

Privatização da Eletrobras | Divulgação
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

ALEXA SALOMÃO

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O processo de privatização da Eletrobras pode sofrer uma suspensão de até 60 dias, colocando em risco a operação neste ano. A segunda etapa do julgamento que define pontos do processo de privatização está prevista para esta quarta-feira (20) no TCU (Tribunal de Contas da União).

A tendência é que o ministro Vital do Rêgo Filho peça vista, por entender que precisa de tempo para avaliar o voto que será apresentado pelo relator, o ministro Aroldo Cedraz.

A venda foi modelada para ocorrer por meio de capitalização em Bolsa. Serão emitidas ações e recibos de ações (ADRs) no Brasil e Estados Unidos, respectivamente. Neste segundo julgamento está em discussão o preço da ação.

Na noite desta terça-feira (19), o ministro Cedraz ainda estava finalizando o voto.

No julgamento anterior, o ministro Rêgo questionou a fórmula de cálculo do valor da estatal, avaliando que empresa valeria R$ 130 bilhões e não os R$ 67 bilhões definidos.

Segundo analistas de mercado, que acompanham os trâmites, o processo precisa ser concluído ainda no primeiro semestre, antes de a campanha eleitoral entrar na fase decisiva e afastar investidores.

Pedidos de vista podem ser de até 60 dias -prazo que será discutido em plenário. Com o atraso, o julgamento poderia ficar para o final de junho. Como na sequência será preciso seguir o rito de preparação no mercado de capitais, a privatização corre o risco de ficar para 2023.

Maior empresa de energia da América Latina, a Eletrobras é dona ou sócia das mais importantes hidrelétricas do Brasil, como Belo Monte e Furnas, e ainda é responsável por quase 44% do sistema de transmissão do país.

Privatização da Eletrobras pode ser travada neste ano 

A venda em Bolsas busca diluir a participação da União, que precisa cair de 72% para 45%, arrecadar recursos para pagar outorga ao Estado e transformar a empresa numa corporação. Nenhum acionista poderá ter mais de 10% do total das ações.

Aliados do governo têm feito forte pressão para que o processo seja concluído a tempo.

Entre os opositores ao projeto está o PT. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas para a eleição à presidente, já declarou que o partido não apoia a operação. Em entrevista a Folha, a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirmou que, caso o partido vença as eleições e a privatização da Eletrobras tenha sido concluída, o processo seria revisto.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES