Inadimplência entre brasileiros aumenta pela primeira vez em oito meses

Os desafios econômicos impostos aos orçamentos domésticos colaboraram para que o indicador alcançasse o maior nível desde setembro do ano passado, 26,1%.

Inadimplência entre brasileiros | Marcos Santos/USP Imagens
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Pela primeira vez desde fevereiro deste ano, a inadimplência dos brasileiros aumentou, atingindo cerca de 12 milhões 327 mil famílias. É o que revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os desafios econômicos impostos aos orçamentos domésticos colaboraram para que o indicador alcançasse o maior nível desde setembro do ano passado, 26,1%.

O número representa uma elevação de 0,5 ponto percentual em relação a outubro e de 0,4 na comparação anual, sendo o maior nível para meses de novembro na série histórica da análise, iniciada em janeiro de 2010. A parcela que declarou não ter condições de pagar suas dívidas ou contas em atraso e que continuará inadimplente permaneceu estável, registrando 10,1%, queda de 1,4 ponto na comparação com o mesmo mês de 2020.

 10% da população não tem condições de pagar suas dívidas ou contas em atraso |  FOTO: Marcos Santos/USP Imagens

Já o percentual de famílias que relatou ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) apresentou crescimento pelo 12º mês consecutivo, alcançando 75,6%, alta de um ponto percentual em relação a outubro e de 9,6 pontos ante novembro do ano passado.

Mais empréstimos

Mesmo com os juros maiores, as concessões de crédito com recursos livres para pessoas físicas seguem aumentando. Segundo os dados do Banco Central (Bacen), outubro registrou crescimento real de 3,3% nas concessões de crédito às pessoas físicas, nas modalidades com recursos livres. No saldo das operações, o aumento real foi de 1% nas transações com recursos livres.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, observa que, o Comitê de Política Monetária (Copom) apertou o ritmo de alta dos juros na tentativa de ancorar melhor as expectativas inflacionárias futuras. “Até o momento, isso não foi suficiente para abrandar a dinâmica do endividamento e o crédito segue sendo a saída do brasileiro para recompor a renda”, analisa.

Inadimplência por faixa de renda

A proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso na faixa de renda mais baixa voltou a aumentar de 28,9% para 29,4% e ante os 28,9% registrados em novembro do ano passado, alcançando o maior nível desde setembro de 2020. No grupo com rendimento mais alto, o percentual caiu de 11,6% para 11,4%, entre os dois últimos meses, e 11,8% na comparação anual, chegando à menor proporção desde julho de 2020.

Dívidas por mais tempo

Dentre os endividados, o percentual de famílias com dívidas por mais de um ano é crescente desde o fim do primeiro trimestre e atingiu a máxima histórica de 36,2%, indicando que os consumidores estão buscando alongar os prazos de pagamento de suas dívidas para que a parcela caiba nos orçamentos e, assim, reduza-se o comprometimento da renda.

De acordo com o levantamento, o prazo médio de atraso na quitação das dívidas voltou a aumentar em novembro, chegando a 61,6 dias. E, apesar da queda de 1,4 ponto percentual na comparação anual, a proporção de atrasos acima de 90 dias é a maior desde agosto deste ano, alcançando 41,6% dos inadimplentes.



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