Kitesurf se torna o esporte da vez entre as mulheres no Brasil

Modalidade estreante nos Jogos Olímpicos de 2024, o esporte aquático é responsável por movimentar o turismo nacional, principalmente na região nordeste do País

A stylist Alexandra Benenti praticando kitesurf (Foto: Eliseu Souza ) | A stylist Alexandra Benenti praticando kitesurf (Foto: Eliseu Souza )
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Foi numa viagem de réveillon para Dakhla, em Marrocos, em 2019, que Rafaela Mercaldo, diretora de marketing e RP da Livo Eyewear, se encantou pelo kitesurf. “Você assiste as pessoas velejando e aquilo te passa uma sensação de paz, o colorido das pipas é sedutor”, conta. Não demorou muito tempo para que ela se reunisse com mais três amigas – algumas já praticantes, outras não – na praia de Barra Grande, no Piauí, para um itinerário de iniciação ao esporte. “Passamos dez dias fazendo o curso básico para aprender os princípios da modalidade. Nas primeiras horas, você acha que não vai dar conta, muita coisa para controlar ao mesmo tempo, mas depois dizem que é como andar de bicicleta.” Com informações da Vogue.

A stylist Alexandra Benenti praticando kitesurf (Foto: Eliseu Souza )

Cada vez mais populares, as chamadas “kitetrips” são planejadas em função da prática e reúnem amigos e familiares – dos iniciantes aos veteranos – em destinos paradisíacos e com muito vento. “Recebemos um volume muito grande de alunos com a flexibilização do isolamento, a percepção foi de que as pessoas resolveram tirar da gaveta projetos futuros e realizá-los agora”, conta Vanessa Chastinet, responsável pela maior escola da modalidade da América Latina, o Rancho do Kite, na Praia do Préa, no Ceará. “O aumento das viagens nacionais também ajuda na procura, as pessoas observam e ficam com vontade de testar.” Isso, combinado com os ventos e as condições climáticas favoráveis do País e a busca por esportes ao ar livre que evitam aglomerações, fez com que a modalidade crescesse 23% em 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Kitesurf, e ganhasse o status de esporte da vez.

A influenciadora digital e empresária paulistana Diana Krepinsky foi uma das que entrou para o time e fez duas kitetrips só no ano passado – em setembro para Guajiru e, em outubro, para a Praia do Preá, ambos no Ceará –, incentivada por um primo que pratica e compete há 20 anos. “O kitesurf abriu um novo mundo para mim, descobri muitos destinos por causa dele e, no mês que vem, vou para St. Barth só para isso”, conta Diana. “Meu próximo desafio é ganhar tempo na água para dar meus primeiros saltos e realizar mais downwind, quando você veleja na direção do vento atravessando praias ou até cidades.”

Mas não pode ter pressa, como afirma a stylist Alexandra Benenti. Há dois anos praticando, a carioca fez sua primeira travessia só em novembro do ano passado, quando ficou 1 hora e 30 minutos na água num percurso de 12 quilômetros entre Jericoacoara e Guriú. Isso foi possível graças ao treinamento intensivo que fez durante quatro meses da quarentena, no qual passou praticando em uma lagoa deserta, perto da casa que estava hospedada em Laguna, em Santa Catarina. “É um esporte de aprendizado constante e superação, quanto mais tempo você tem de prática, mais você sente segurança”, garante. “Mesmo que exija muito do corpo, para mim a atividade é muito mais mental que física. Acho que ninguém pensa em praticar kite para malhar a perna, por exemplo, e sim para espairecer, estar em contato com a natureza.”

No kitesurf, surfar e velejar em alta velocidade são atividades que se completam, em meio às manobras, giros e saltos que podem alcançar cerca de 20 metros de altura. Para ficar suspensa entre a água e o céu, a praticante usa o que chamam de pipa ou kite (lembra um pára-quedas inflado em alguns pontos), que, depois de preso na cintura por uma espécie de cinto chamado trapézio, é impulsionado como vento e responsável por deslizar a pessoa sobre a prancha. Manipulada por uma barra de controle que permite orientar o trajeto, conduzir a velocidade e até “frear”, a pipa varia de tamanho de acordo com o vento e o peso do velejador. Já a prancha, tem três modelos mais conhecidos: a bidirecional, com ambos os lados iguais; a wave, indicada para pegar onda; e a hidrofoil, que permite ao esportista velejar de 80 centímetros a um metro de distância da água, oferecendo uma sensação de “tapete voador”. Esta última modalidade virou esporte olímpico e vai estrear nos jogos sediados em Paris, em 2024.

Para a empresária Ana Galante, responsável pelo ateliê de tricô e crochê artesanal Srta. Galante, mais bacana do que ver novas pessoas interessadas no esporte, é ver o crescimento das mulheres na categoria. “Quando comecei há nove anos, o esporte era dominado por homens, não tinha muita companhia e acabava levando minha mãe para as viagens”, conta. Em 2017, Ana criou a Gaya Sunwear, marca que oferece bodies especialmente pensados para velejar, com modelagem confortável, tecido biodegradável e proteção solar. Ela costuma desfilar suas criações no segundo semestre do ano, na temporada de ventos do Nordeste, para onde viaja pelo menos uma vez por mês nesse período.



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