Lula se revolta com juros altos e sugere que Campos Neto serve a Bolsonaro

Embora reconheça a autonomia do Banco Central, Lula argumentou que, como presidente, deve ter o direito de questionar a política monetária adotada pela entidade.

Lula cumpre agenda no Reino Unido | Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou neste sábado, 06 de maio, em Londres, sua insatisfação com a taxa Selic, os juros básicos da economia, que permaneceram em 13,75% ao ano, mesmo com as pressões do governo federal e da sociedade civil para sua redução. Lula criticou o mais uma vez o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmando que ele não tem compromisso com o país, sugerindo que ele tem compromisso com o ex-governo de Jair Bolsonaro (PL-RJ) e com aqueles que gostam de taxa de juros alta. 

Embora reconheça a autonomia do BC, Lula argumentou que, como presidente, deve ter o direito de questionar a política monetária adotada pela entidade, uma vez que os altos juros dificultam o crescimento econômico e a geração de empregos no país. “Ele tem compromisso com quem, com o Brasil? Não tem, ele tem compromisso com o outro governo que o indicou [do ex-presidente Jair Bolsonaro], isso precisa ficar claro. E ele tem compromisso com aqueles que gostam de taxa de juro alto, porque não há outra explicação”, disse Lula, em Londres, em coletiva de imprensa após participar da coroação do Rei Charles III

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A lei que concedeu autonomia ao BC determina que a entidade assegure a estabilidade de preços, zele pela estabilidade e eficiência do sistema financeiro, suavize as flutuações do nível de atividade econômica e fomente o pleno emprego. Entretanto, a manutenção dos juros em patamares elevados tem encarecido o crédito e desacelerado a economia, prejudicando varejistas, empresários e trabalhadores brasileiros. Lula defendeu que, para gerar emprego no país, é necessário oferecer crédito para os trabalhadores, empreendedores e empresas, e que a retomada das políticas públicas que deram resultado pode impulsionar o crescimento econômico. 

“Se eu, como presidente, não puder reclamar do equívoco do presidente do Banco Central, quem vai reclamar, o presidente americano? Então, me desculpem, o Banco Central tem autonomia, mas ele não é intocável. Se você tem compromisso com o crescimento da economia, compromisso com geração de emprego e compromisso com inflação, cuide dos três. Com os juros a 13,75%, os outros dois [atividade econômica e fomento ao emprego] não serão cumpridos”, sinalizou. 

Cabe indicar que recentemente Campos Neto afirmou que as decisões do BC são técnicas e destacou a importância dos projetos do governo para equilibrar as contas públicas e impactar as estimativas de inflação. 



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