A Brasil Foods, empresa resultante da fusão da Sadia com a Perdigão

A Brasil Foods, empresa resultante da fusão da Sadia com a Perdigão

A Brasil Foods, empresa resultante da fusão da S&P | Divulgação
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A Brasil Foods, empresa resultante da fusão da Sadia com a Perdigão, pretende usar as melhores práticas de comunicação adotadas na criação da InBev e do Itaú/Unibanco.

Do mesmo jeito que o ator Antônio Fagundes anunciou aos brasileiros o surgimento "da maior cervejaria do mundo", com a fusão entre AmBev e Interbrew, a atriz Marieta Severo foi convocada para mostrar como a nova companhia será mais uma empresa nacional forte no exterior e para evocar o orgulho de ser brasileiro.

Do mesmo jeito que Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, principais acionistas do Itaú e do Unibanco, dividiram o palco e responderam em conjunto às perguntas sobre o novo banco, Luiz Fernando Furlan e Nildemar Secches, presidentes do conselho de Sadia e Perdigão, o farão sobre a Brasil Foods.

Até mesmo Lequetreque, o frango-mascote da Sadia, foi chamado para abraçar o coração símbolo da Perdigão num dos filmes, mostrando finalmente o enlace ensaiado e ameaçado há anos, que criará a empresa de R$ 22 bilhões de faturamento anual.

Com a estratégia de comunicação montada, filmes gravados e hotel para a conferência de imprensa reservado para as 9h30 de ontem, o anúncio foi adiado "por questão de vírgulas" nas participações acionárias, diz um executivo.

Isso porque a parte mais difícil do acordo é chegar a um consenso sobre a participação dos atuais controladores na nova empresa, que será diluída, mas representará parte de uma companhia maior. Assim, qualquer casa decimal significará muita diferença financeira aos acionistas.

De todo modo, o negócio é dado como certo pelas duas partes e está previsto para ser anunciado na tarde da segunda-feira. Na avaliação dos executivos, todas as oscilações possíveis dos papéis de Sadia e Perdigão, por conta da fusão, já aconteceram desde o anúncio da retomada das negociações, em abril. Assim, não deve haver a preocupação em fazer o anúncio antes ou depois do fechamento do mercado.

Ontem, as ações da Perdigão caíram 1,56%. As da Sadia com direito a voto tiveram baixa de 1,59%, e as sem direito a voto, de 4,53%. Após a fusão ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a ideia é converter os papéis das duas empresas em ações da Brasil Foods, negociadas no Novo Mercado.

Outra definição é que a sede da nova companhia será em Itajaí (SC). Nem em Videira, onde a Perdigão começou, nem em Concórdia, onde Attilio Fontana fundou a Sadia.

O nome da empresa que surge com a união, Brasil Foods, foi criado por Sadia e Perdigão em 2001. Naquele ano, as duas empresas de alimentos lançaram a BRF International Foods, associação destinada à exportação de frangos para Europa oriental, Ásia, Oriente Médio e África.

Especialistas em marketing estudam agora dois logotipos, como BR Foods e BRF/Brasil Foods- sendo Brasil grafado em português, com "s".

Uma estratégia já definida é que as empresas irão usar a marca Sadia como avalista dos produtos da empresa. Segundo um executivo, é o mesmo artifício usado pela Nestlé, que adota a marca-mãe como garantia de qualidade. Outro item considerado como benefício na fusão é o uso da eficiência do modelo de gestão da Perdigão na Brasil Foods. A conta é que será unida a eficiência da Perdigão com a tradição da Sadia.

Além disso, não será necessário sequer usar apelos para obter a aprovação da opinião pública, como na criação da AmBev, dizem os especialistas. Enquanto a AmBev nasceu gigante apenas no mercado interno, a Brasil Foods já surge como grande exportadora e apela ao sentimento de orgulho e brasilidade do consumidor



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