Paulo Guedes reafirma flexibilização do teto de gastos e cobra reformas

Segundo o ministro, é preciso “flexibilizar um pouco para atender aos brasileiros mais frágeis”.

Guedes reafirma flexibilização do teto de gastos e cobra reformas | Reprodução
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O ministro da EconomiaPaulo Guedes, reafirmou neste domingo (24) a flexibilização do teto de gastos do governo e cobrou do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (MG), a aprovação de reformas na casa legislativa, como as mudanças nas regras do Imposto de Renda.

Guedes deu a declaração pela manhã, junto do presidente Jair Bolsonaro, durante visita dos dois a uma feira de criadores de passarinhos no Parque de Exposições da Granja do Torto, em Brasília.

De pé, ao lado de Bolsonaro e cercado de apoiadores do governo, Guedes defendeu a reformulação da regras do teto de gastos como forma de implementar o programa social Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família. Segundo ele, é preciso "flexibilizar um pouco para atender aos brasileiros mais frágeis".

Ministro da economia, Paulo Guedes Foto: Wilson Dias-Agência Brasil  

"As pessoas falam: ‘Você não é defensor do teto?' Eu sou defensor do teto. Eu vou continuar defendendo o teto. Eu defendo as privatizações. Agora, o presidente tem que tomar uma decisão política muito difícil: se ele respeita o teto ou deixa 17 milhões de famílias passando fome. Então, ele tem que pedir. Ele tem que pedir uma ação social que proteja a população. E eu tenho que calibrar essa ajuda", disse.

Na última sexta-feira, diante da reação negativa do mercado, dos pedidos de demissão de quatro secretários do ministério em razão da decisão do governo de "furar" o teto de gastos e de rumores de que o próprio Guedes poderia sair, o ministro recebeu a visita do presidente Jair Bolsonaro, que declarou ter "confiança absoluta" no auxiliar. Na ocasião, disse que não pediu demissão, que a crise era "barulho" e "falta de comunicação" e minimizou como "natural" a saída dos secretários.

Neste domingo, Guedes cobrou do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a tramitação de reformas, entre as quais a do imposto de renda, já aprovada pela Câmara.

Ele disse que Bolsonaro estava pressionado pela "política", precisava de R$ 30 bilhões para implementar o Auxílio Brasil, e o Senado não aprovou a reforma do imposto de renda, que prevê a tributação em 15% de lucros e dividendos distribuídos pelas empresas. Segundo afirmou, essa seria a "fonte" para financiar o programa.

"Se a gente avançar com o imposto de renda, por exemplo, que tira justamente, tributa justamente quem ganha R$ 300 bilhões com juros e dividendos, nós podemos ajudar os mais frágeis. Então, nós conseguimos ajudar os mais frágeis fazendo o que nós sempre fizemos – fazendo as reformas", declarou.

E cobrou de Pacheco a aprovação dessas reformas:

“Ele precisa avançar com a reforma, ele precisa nos ajudar a fazer as reformas. Ele não pode fazer militância também. E eu tenho certeza que não vai fazer. Nós conversamos na semana passada, e ele falou: ‘Olha, nós temos que acelerar os precatórios, a aprovação, nós temos que avançar com as reformas’. Ele sabe que nós estamos no caminho certo. O presidente do Senado sabe que nós estamos no caminho certo”, afirmou o ministro.

Pacheco já afirmou que a proposta que muda o imposto de renda está "amadurecendo" no Senado, mas entende que não é "condição única" para a concessão do Auxílio Brasil.

‘Sairemos juntos’

Durante a entrevista, um apoiador pediu a Guedes que aproveitasse a oportunidade para dizer se continuaria no governo.

Bolsonaro se adiantou e respondeu:

“A gente vai sair junto, fica tranquilo. Está bem? Bem lá na frente, a gente vai sair junto”, afirmou Bolsonaro.

Combustíveis e Petrobras

Bolsonaro afirmou que, prevendo aumento do preço dos combustíveis, o governo dará um auxílio de R$ 400 por mês aos caminhoneiros autônomos, anunciado na semana passada.

"Infelizmente, pelos números do preço do petróleo lá fora e do dólar aqui dentro nos próximos dias, a partir de amanhã, infelizmente teremos reajuste do combustível. Prevendo isso, se antevendo a isso, nós discutimos bastante um auxílio ao caminhoneiro. Sabemos que é pouco, R$ 400 por mês, sabemos que é pouco. Mas estamos fazendo isso tudo no limite da responsabilidade fiscal", disse Bolsonaro.

O presidente afirmou que discute com Paulo Guedes o que o governo federal sugerirá para o "futuro" da Petrobras.

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: Reprodução)

Questionado se há possibilidade de vender a participação na empresa petrolífera, Bolsonaro passou a resposta para Guedes:

"Isso o Paulo Guedes responde para você. Privatizar não é botar na prateleira e tudo bem, tá? É complicada essa ação. Teríamos privatizado muito mais coisas se não tivesse essa burocracia toda", respondeu.

Guedes evitou comentar diretamente a venda de ações da companhia. Disse que a "Petrobras é um veneno que pode virar vacina" caso a empresa consiga ter um regime de governança como o que, segundo ele, está sendo implementado na Eletrobras.

"Só o BNDES tem uma fortuna, são bilhões e bilhões em ações da Petrobras. Se nós formos para o novo mercado, nós criamos entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões de riqueza para os brasileiros. Vamos pegar esse dinheiro e vamos ajudar os mais fracos. Vamos acelerar os programas de transferência de renda, fazer os programas sociais. Então, nós temos ferramentas. O importante é que a gente prossiga com as reformas", disse o ministro.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES