Petrobras diz que o reajuste de combustíveis não será automática

O reajuste automático era parte das novas regras que a estatal estudava para a política de preços da companhia, divulgada em outubro.

Petrobras | Divulgação
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Os reajustes dos preços dos combustíveis não serão automáticos, afirmou a Petrobras nesta quarta-feira (4). O reajuste automático era parte das novas regras que a estatal estudava para a política de preços da companhia, divulgada em outubro.

"Quanto à aplicação dos reajustes, estes não serão automáticos, como consequência direta da fórmula de precificação. A metodologia estabelece bandas de reajuste, conferindo à Diretoria Executiva poder discricionário (independente) à luz da dinâmica dos mercados doméstico e internacional", afirmou a estatal, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A nova "fórmula" para os reajustes, no entanto, não foi esclarecida. A estatal afirmou apenas que a nova metodologia contém "parâmetros baseados em variáveis como preço de referência dos derivados no mercado internacional, taxa de câmbio e ponderação associada à origem do derivado vendido, se refinado no Brasil ou importado".

Confusão

Em outubro, a diretoria da Petrobras aprovou uma nova metodologia para reajustar os preços dos combustíveis. Segundo afirmou o então diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa, o mecanismo ? que aguardava aval do Conselho de Administração da estatal ? deveria contemplar reajustes automáticos do diesel e da gasolina.

"Será um ajuste automático, não requer voltar à diretoria para aprovação", disse Barbassa na ocasião, em entrevista a jornalistas.

Em 30 de outubro, um fato relevante enviado pela Petrobras à CVM também falava do reajuste automático: "A metodologia contempla reajuste automático do preço do diesel e da gasolina em periodicidade a ser definida antes de sua implantação, baseado em variáveis como o preço de referência desses derivados no mercado internacional, taxa de câmbio e ponderação associada à origem do derivado vendido, se refinado no Brasil ou importado", dizia o texto.

Mas no dia 29 de novembro, quando anunciou o aumento de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel, a Petrobras informou que a nova política de preços foi aprovada ? sem, no entanto, deixar claro como ficaram as definições para os próximos reajustes, como esperava o mercado.

No comunicado, a estatal informou que os parâmetros da nova política ficarão "restritos à companhia", e não esclareceu se a proposta de reajustes de preços automáticos, baseados em diferentes "variáveis", foi descartada ou se será adotada.

A falta de clareza sobre os futuros reajustes foi mal recebida pelo mercado. No pregão seguinte ao anúncio, as ações da Petrobras caíram mais de 10%.

Perdas

O reajuste dos combustíveis tem sido assunto central para a Petrobras. Os preços cobrados no Brasil, segundo a estatal, estão defasados em relação ao mercado internacional, prejudicando as contas da companhia, que tem importado combustíveis do exterior para suprir a demanda interna. No terceiro trimestre, o lucro da empresa teve queda de 45%.

O impacto dos reajustes na inflação ? que em junho chegou a ultrapassar o teto da meta ?, no entanto, faz com que o governo trabalhe para conter as altas.

Saída da presidente

A nota também diz que, em relação a especulações sobre a saída da presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, a informação é refutada.



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