Em seu mais recente Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), a Instituição Fiscal Independente (IFI) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode crescer 2% este ano. Apesar disso, a previsão para 2023 é de desaceleração econômica e crescimento de apenas 0,6%. Com periodicidade mensal, o RAF de agosto de 2022 foi publicado nesta quarta-feira (17).
A última previsão da IFI era de crescimento de 1,4% em 2022. O ajuste se deve ao aumento da atividade econômica nos últimos meses e ao crescimento do consumo, ocasionado pela ampliação dos benefícios sociais da Emenda Constitucional 123, que permitiu ao governo federal gastar por fora do teto de gastos mais R$ 41,25 bilhões até o fim do ano com aumento do Auxílio Brasil e benefícios para caminhoneiros e taxistas, por exemplo.
Entretanto, a previsão para 2023 caiu de 0,7% para 0,6% de crescimento do PIB.
“O impacto do aperto monetário em curso, efetuado pelo Banco Central, sobre a demanda agregada e o menor dinamismo do crescimento mundial devem atuar negativamente sobre o desempenho da economia nos próximos trimestres. Diante do avanço da inflação, bancos centrais estão retirando estímulos monetários adotados durante o enfrentamento da pandemia. A postura contracionista da política monetária tem afetado as perspectivas de crescimento econômico nas principais economias, como sinalizado pelo FMI2 no Relatório de Perspectivas Econômicas de julho”, diz o RAF.
A IFI também reajustou sua previsão para o resultado fiscal primário de 2022. A estimativa anterior era de R$ 40,9 bilhões negativos, agora é de superávit de R$ 27 bilhões. A mudança se deve ao aumento da expectativa de arrecadação federal, que já vem em crescimento desde o começo do ano.
“Apesar da queda dos salários em termos reais, afetados pela alta da inflação, o aumento das contratações está influenciando positivamente a massa de rendimento do trabalho — variável relevante para explicar a dinâmica do consumo das famílias”, diz a IFI.
O RAF também analisa o possível reajuste de 18% nas remunerações da cúpula do Poder Judiciário: os gastos da União aumentarão R$ 1,8 bilhões em 2023, R$ 5,5 bilhões em 2024 e R$ 6,3 bilhões a mais por ano a partir de 2025.
“O reajuste do teto do Judiciário impactará também os demais Poderes. O aumento de 18%, se concretizado, elevará, em particular, a remuneração dos ministros do STF, que é o teto salarial do funcionalismo da União. A remuneração de R$ 39.293,32 passaria para R$ 46.366,12. O novo teto levaria uma parte dos servidores federais a obter ganho salarial automático. Estes servidores são aqueles que possuem remuneração bruta superior ao teto, mas que têm a parcela que supera o limite abatida dos seus salários (o chamado “abate-teto”). Com a elevação do teto remuneratório, a parcela deduzida será menor, isto é, eles receberão remuneração maior”, acrescenta a IFI. (Fonte: Agência Senado)
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