Projeto faz aumentar em até 5 vezes a produção de cajá no Piauí

Na zona rural de Teresina, a produção saltou de 3,4 toneladas para 8,1 toneladas até o dia 21 de março.

Aumento da produção | Ronaldo Rosa /Embrapa
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Um projeto tecnológico financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) aumentou em até cinco vezes a produção de cajá em um dos locais onde o projeto foi implantado. Com um sistema de produção feito por pesquisadores da Embrapa Meio Norte, os experimentos realizados em dois sítios e fazendas piauienses tiveram resultados promissores.

No sítio Tuturubá, na zona rural de Teresina, a 26,7 quilômetros do centro da capital piauiense, a produção saltou de 3,4 toneladas em 2021 para 8,1 toneladas até o dia 21 de março deste ano, com a previsão de chegar a 15 até o final da colheita, em maio.

Com investimento de R$ 400 mil, o projeto adotou pacotes tecnológicos diferentes nos dois sítios. Em Teresina, a excelente performance produtiva é devido à fertiirrigação aplicada no pomar. O trabalho executado pelo pesquisador Valdemício Ferreira de Sousa, da Embrapa Meio Norte, na área obedeceu aos critérios técnicos com dosagens de nitrogênio, fósforo e potássio, via água de irrigação e com frequência de aplicação de 20 dias.

Telas evitam perda na colheita (Foto Júlio César Lopes/Embrapa)

no município de Água Branca, o projeto envolveu a produção de clones de cajazeiras de qualidade superior num experimento com telados, para aparar as cajás que caem dos pés. No sítio Sambaíba, onde o projeto das telas foi implantado, está havendo um aproveitando de 100% da produção. “Sem as telas, as perdas na colheita eram de 40%”, revelou o proprietário do sítio, produtor e engenheiro-agrônomo Júlio César Lopes da Costa.

Novas perspectivas para os produtores

O aumento da produtividade trouxe outras perspectivas aos produtores. Antes atuando apenas uma produção caseira, João José Neto, do proprietário do sítio Tuturubá, pensa em transformar a propriedade em uma agroindústria, aproveitando também os cultivos de caju, acerola e manga. Ele ressaltou que o experimento foi um sucesso e que, sem o financiamento da Fapepi, seria inviável ele próprio arcar com a pesquisa. “É importante que as pessoas saibam que existe a fundação que libera recursos em projetos que melhoram a produtividade das empresas”, explica João José.

Aumento da produção saltou de 3,4 toneladas em 2021 para 8,1 toneladas de janeiro a 21 de março (Ronaldo Rosa /Embrapa)Modelagem é desenvolvida por pesquisadores da Embrapa

A modelagem do sistema de produção de cajá está sendo feita por uma equipe de sete pesquisadores da Embrapa, com ações como a seleção de clones, manejo de irrigação na fase reprodutiva da cajazeira, identificação de pragas e doenças, definição da forma de colheita, avaliação da restrição radicular da planta, avaliação da desfolha na indução floral e estabelecimento de doses de nitrogênio, fósforo e potássio para a produção. O projeto é coordenado pelo pesquisador Eugênio Emérito Araújo.

O mercado de polpa de frutas no Piauí acena com empolgação para o projeto. “Foi uma grande ideia, pois cerca de 90% do cajá demandado pelas indústrias de polpa de frutas vem de fora. É um produto de aceitação popular grande, mas que às vezes esbarra no valor”, comenta o agroindustrial Marcio Leonardo Ribeiro Teixeira, gerente da empresa Fruta Polpa, de Teresina.

Com uma produção maior, no entender dele, a melhor oferta de matéria-prima a indústria poderia melhorar a qualidade da polpa. A empresa processa hoje entre 620 a 650 toneladas de polpa por mês. Desse total, 13% são de polpa de cajá. A produção é vendida também para os estados do Maranhão, Ceará, Pará, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. Teixeira conta que a Polpa Fruta compra matéria-prima principalmente do Estado da Bahia.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES