Semana do Brasil: varejo aposta em descontos de até 75% para vendas

Varejo quer fôlego para recuperar perdas acumuladas até o mês de julho

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Diversos shoppings do Rio de Janeiro preparam descontos de até 75% para estimular os consumo durante a Semana do Brasil, que acontece no período de 03 a 13 de setembro. O evento, criado em 2019 pelo governo federal, representa esperança para muitos lojistas em ter um alívio no caixa, após meses sem realizar vendas devido à pandemia do coronavírus. As informações são do O Globo.

Ate o mês de junho, o varejo já acumulava 3,1% em perdas, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE. No índice ampliado, a supressão registrada foi ainda pior: -7,4%. Mesmo com a retomada nas vendas, os números de 2020 ainda devem ser negativos: a Confederação Nacional do Comércio (CNC) prevê uma retração de 4,7% do volume de vendas e, para o conceito ampliado, um recuo de 6,9% no ano.

Centro de TereSINA é reflexo de aumento nas vendas do varejo-Foto: JMN

Apesar de esperar uma recuperação das vendas morosa, o diretor institucional da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP), Luis Augusto, vê com otimismo a Semana do Brasil. Para ele, os segmentos que podem levar vantagem são os de vestuário e de acessórios:

— A expectativa é boa. Há uma demanda reprimida e, agora, o consumidor está perdendo o medo de sair na rua. Então, os preços mais baixos são um convite para visitar lojas.

O Shopping Nova Iguaçu está com descontos de até 60%. Na loja Zinzane, por exemplo, o vestido Laura baixou de $ 199,99 para R$ 79,99. A Mr. Cat também oferece abatimentos consideráveis, como sandália Classic metalizada, que foi de R$219,90 para R$109,90. No Shopping Boulevard, as promoções são ainda maiores e chegam a 75% de desconto, com destaque para lojas de roupas infantis Alphabeto e Piticas.

Para quem gosta de produtos de beleza, o Botafogo Praia Shopping conta com promoções da Dermage. Os desodorantes e o produto Hidracare têm 20% de desconto. Já no Shopping Nova América, é possível encontrar descontos até mesmo em serviços: na compra de qualquer pacote do Unhas Cariocas, o cliente ganha uma sessão com manicure.

O e-commerce como aposta

Os Shoppings da brMalls no Rio vão apostar na experiência da compra online, disponibilizando descontos exclusivos nos marketplaces do NorteShopping, Shopping Tijuca e Plaza Niterói, além de realizar a entrega dos produtos no mesmo dia.

Quem optar por optar nas lojas fisicas, pode se beneficiar de ofertas de até 50% na Arezzo, Eudora, Sestini, Sapatella, Enjoy. Já quem escolher comprar pelo aplicativo e-NorteShopping, ganha um cupom adicional de desconto de 30%, além de pagar o frete simbólico de R$ 0,01. A secretária Cintia Rodrigues da Silva, de 44 anos, aproveitou para adquirir produtos que desejava há muito tempo:

— Eu não conhecia a Semana do Brasil. Vi nas redes sociais que estavam oferecendo desconto de 30% e comprei duas águas de colônia por R$ 41,99. Também recebi amostras grátis e já estou pensando em fazer uma nova compra na mesma loja.

Para Rodrigo Azevedo, diretor comercial do Vigia de Preço, plataforma que ajuda o usuário fazer compras pela internet pelo menor valor, o movimento das lojas de baixa de preço irá atrair, principalmente, o público que já tinha um desejo de consumo e esperava a melhor oportunidade para a compra.

— Mesmo nesse período que estamos passando, as pessoas não deixam de comprar o essencial. E, muita gente, que não perdeu emprego ou sofreu alteração nos rendimentos, acabou economizando com o fato de não poder sair ou viajar e usar este dinheiro guardado para comprar o que já "namoravam" nas vitrines. À medida em que a oportunidade surge, as pessoas compram — opinou.

Grandes varejistas também vão dar descontos

Durante a Semana do Brasil, o Boticário irá oferecer todos 300 itens selecionados com até 50% de desconto. As clássicas fragrâncias florais, como Floratta Blue (R$ 59,90) e Floratta Gold (R$ 59,90), estarão com 40% de desconto. A linha de cuidados masculinos também estará com ofertas: o Malbec Club Pós-Barba, por exemplo, será vendido com 30% de abatimento, a R$ 37,90.

Todos os itens podem ser adquiridos sem sair de casa, pelo site www.boticario.com.br; pelo WhatsApp, por meio do número 0800 744 0010; pelo app da marca; ou, ainda, através da rede de revendedores.

O Magalu é outra grande rede que vai disponibilizar descontos em itens de todas as categorias — eletrodomésticos, móveis, colchões e celulares — e ofertas exclusivas em seu superapp e nas lojas físicas. No entanto, a sua aposta principal é o cashback: o cliente que fizer compras receberá uma parcela do valor pago na carteira virtual MagaluPay. O dinheiro poderá ser usado no pagamento de contas, transferências ou em novas compras no site e nas lojas.

— No ano passado, a campanha superou as expectativas e teve um resultado expressivo para o mês de setembro. Este ano, acreditamos que a data será tão boa quanto a de 2019, porque faremos uma campanha multi-canal — explica Ana Paula Rodrigues, diretora de marketing do Magalu: — Além de lojas e aplicativos, os vendedores parceiros que podem vender pelo celular, em casa, também participarão.

Longe da Black Friday

A Semana do Brasil surgiu como uma tentativa de deslocar o grande volume de vendas da Black Friday para uma data mais distante do Natal, a fim de não gerar impactos nos resultados dessa data comemorativa. Entretanto, especialistas acreditam que o evento ainda terá que percorrer um longo caminho para rivalizar com a sexta-feira negra.

O líder da unidade de negócios de varejo da consultoria Bip, Wagner Pereira, acredita que falta incentivo para evento se popularizar. Para ele, sem campanhas expressivas de divulgação, muitas pessoas não têm conhecimento da ação.

— Para o varejista com estoque parado, esse evento pode ser importante. Mas transformar a data em algo relevante como a Black Friday não é nada fácil. Este ano, por causa da crise, é muito provável que o resultado seja ainda pior que o de 2019 — argumenta Pereira: — De acordo com dados do Google Trends, o interesse por Semana do Brasil está 60% menor que o do ano passado. Isso, com certeza, vai refletir nas vendas.

O presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites, Tito Bessa, também não espera bons resultados e ainda critica a falta de organização do evento:

— Essa é uma coisa feita com boa intenção, mas mal planejada. As lojas não foram convidadas para uma discussão sobre a melhor forma de fazer esse evento. Grande parte já estava com descontos por causa da reabertura do comércio. Então, vai ficar difícil entender se os resultados serão motivados pela Semana do Brasil ou pela flexibilização do isolamento social.



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