Educadora é demitida após incentivar o uso de 'bombril' como cabelo crespo

A professora demitida falou que não quis ofender ninguém e que a intenção era quebrar o preconceito

Professora pede para alunos representarem cabelo crespo com palha de aço | Divulgação
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A professora que pediu que alunos usassem palha de aço para representar o cabelo de um homem negro em um desenho, em uma escola de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, pediu desculpas e disse que "não quis ofender ninguém".

Professora foi demitida após pedir para alunos representarem cabelo crespo com palha de aço (Foto: Divulgação)A docente contou que, antes de aplicar a atividade, enviou um texto às famílias dos estudantes sobre empresas que pedem para funcionários negros alisarem o cabelo, como forma de provocar uma reflexão sobre o racismo.

Após a repercussão do caso, ela foi demitida da escola, administrada pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

"Dou aula há mais de 20 anos, e achei um texto bacana sobre a consciência negra. Fiz um áudio com a intenção de a família ler esse texto para exaltar os negros. O texto falava de empresas que mandavam alisar cabelo, então era para mostrar novas texturas para os alunos para além do liso", afirmou a mulher.

"Eu li esse texto para os pais, pedi que refletissem que nós vivemos em uma sociedade preconceituosa, que temos que quebrar esse preconceito, que o afrodescendente tem que valorizar, sim, o cabelo crespo. Pedi que a mãe refletisse e, em cima disso, eu ia trabalhar uma textura usando o bombril. A minha intenção foi para quebrar o preconceito. Eu não quis ofender ninguém", disse.

A professora falou, ainda, que pediu desculpas aos pais e alunos.

"Pedi perdão, humildemente, perdão a todos que ofendi e, se pudesse, pediria desculpas um a um dos que não gostaram", afirmou.

A atividade escolar foi solicitada para o Dia da Consciência Negra, celebrado no último sábado (20). Pais de alunos protestaram e o caso acabou viralizando no WhatsApp e em outras redes sociais.

Em nota, a Prefeitura de Ribeirão das Neves disse que a Apae é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos de direito privado, cujo método de ensino não é definido pela Secretaria Municipal de Educação.

A prefeitura afirmou que tem um vínculo "apenas de apoio à instituição, que presta serviços importantes para o desenvolvimento e acolhimento de pessoas com deficiência intelectual", mas solicitou esclarecimentos sobre o ocorrido.

Prefeitura de Ribeirão das Neves pediu esclarecimentos do ocorrido (Foto: Divulgação)O município declarou, ainda, que repudia "qualquer ação discriminatória" e que a equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação "se coloca à disposição dos responsáveis pela instituição, se precisarem de orientações e capacitações com os professores".

Segundo a Polícia Civil, até o momento, não há registro dessa ocorrência. Vítimas podem comparecer a uma unidade policial mais próxima ou realizar a denúncia pelo Disque 100 (Direitos Humanos) ou Disque Denúncia 181.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES