Em Portugal empresários vivem dilema: candidatos a emprego somem

Desde a retomada do setor de bares e restaurantes no primeiro fim de semana após o alívio das restrições no país, setor vê a escassez de candidatos a emprego

Em Portugal: clientes voltam, candidatos a emprego somem | RAFAEL MARCHANTE/REUTERS
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Empresários brasileiros em Portugal vivem dilema pela falta mão de obra. Desde a retomada do setor de bares e restaurantes no primeiro fim de semana após o alívio das restrições, setor vê a escassez  de candidatos a empregos.

Nesta nova etapa da reabertura programada para os últimos meses do verão europeu e iniciada em 23 de agosto, o número de pessoas nas mesas nos interiores de restaurantes e cafés - dois dos grandes beneficiados no último relaxamento - passou de seis para oito. Ao ar livre, a lotação subiu de 10 para 15 por mesa.

Neko Pedrosa, mineiro e torcedor do Atlético-MG, proprietário do Delirium em sociedade com a esposa Verônica, comemorava em dose dupla, tanto o movimento da filial da famosa cervejaria belga quanto a liderança do seu clube no Brasileiro.

Neko Pedrosa na área externa do Delirium em Lisboa logo após começar mais um dia de trabalho | Gian Amato

- Parece que voltamos ao normal, porque o movimento aumentou muito. Ainda falta um pouquinho, mas esses dias já trouxeram esperança para o nosso setor, um dos mais abalados economicamente pela pandemia- disse Pedrosa.

Em mês de férias quase generalizadas na Europa, turistas nacionais e internacionais circulam em abundância por Portugal, mas ainda não é um movimento comparável aos tempos pré-Covid. Porém, diante de quase mais vinte dias de alta temporada pela frente, os bares dos empresários brasileiros apostam na ampliação física ou de serviços e na contratação de funcionários. Tarefa sempre difícil, porque falta mão de obra em Portugal, problema causado pela demografia, sazonalidade, pagamento de subsídios em curso, saláriio baixo (o mínimo é € 665/R$ 4 mil) e fluxo reduzido de imigração, principalmente do Brasil, devido à Covid-19.

- Ampliamos nossa esplanada (mesas ao livre) e agora cabem 60 pessoas. Como aqui é muito grande, estamos com vagas abertas e enfrentamos muita dificuldade para contratar. Há vários casos. Marcamos a entrevista, mas não aparecem. Ou não têm experiência e etc. - explicou Verônica, que tem vagas para gerente e garçom.

Além dos bares, lojas que exploram o mercado da saudade do Brasil com a venda de feijoada, caldo de cana, pastéis e outras comidas típicas registraram aumento de clientes nos últimos sete dias. Algumas com fila na porta. São, na maior parte do tempo, brasileiros residentes no país. Posts nas redes sociais e placas em vitrines de lojas ou bares oferecem trabalho há meses.

A multiplicação de clientes e redução de mão de obra em um dos segmentos mais abalados pelas quarentenas e regras restritivas necessárias para conter a Covid-19 também foi verificada no Porto.

Sócio da Casa Guedes, Leonardo Bevilacqua informou que o movimento nas três casas do Porto aumentou 45% em relação a agosto de 2020 e 30% se comparado com o último mês. Ele só gostaria que aparecessem tantos candidatos a emprego quanto clientes.

- As últimas semanas foram muito boas. Como estamos em pleno verão e com um alto percentual da população vacinada, as restrições de acesso ao interior do restaurante através do certificado de vacinação não impactaram o negócio. Também temos muitas esplanadas que os clientes dizem que são as melhores do Porto. A dificuldade maior que estamos enfrentando é a contratação de funcionários nesta época do ano - contou Bevilacqua.

Vinícius Gregório, dono do Salve Simpatia, teve aumento de clientes de aproximadamente 25%.

- Os três primeiros finais de semana foram praticamente iguais, mas neste último o movimento aumentou cerca de 25%. Se continuar nesta curva de crescimento e não houver mais surpresas, creio que vamos conseguir sobreviver a todo este período de turbulência causado pela pandemia - disse Gonçalves, que faz uma ressalva em relação ao certificado:

- É uma medida positiva, porque é uma forma de forçar a população a se vacinar, mas eu acho um contrassenso exigir certificado só aos fins de semana. Existem muitas casas, inclusive a nossa, que tem enchido da mesma maneira durante a semana.

Em sentido oposto, os candidatos às vagas rarearam.

- Estamos com a equipe reduzida e em fase de contratação de funcionários, principalmente de cozinha, mas está muito difícil achar mão de obra. Há duas semanas, fizemos anúncios de empregos em sites especializados e recebemos pouquíssimos currículos até hoje, a maioria sem qualquer experiência ou de pessoas que sequer moram em Portugal - contou Gonçalves.

As informações são do O Globo.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES