Estatais são como “filhos que fugiram e hoje são drogados”, diz Guedes

Na visão do ministro, todas deveriam ser privatizadas, mas o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e os militares pediram que algumas permaneçam estatais.

| © Reuters / Pilar Olivares
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou nesta sexta-feira (8) as estatais brasileiras a "filhos que fugiram de casa e hoje são drogados". Em sua visão, disse, todas deveriam ser privatizadas, mas o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e os militares pediram que algumas permaneçam estatais.

"Eu falava que tinha que vender todas [as estatais], mas naturalmente o nosso presidente, os nossos militares olham para algumas delas com carinho, como filhos, porque foram eles que as criaram. Mas eu digo, olha que seus filhos fugiram e hoje estão drogados", disse, em evento sobre privatizações no BNDES.

Guedes não citou nomes das empresas, mas o governo já decidiu, por exemplo, que não privatizará a Petrobras. Em discurso no evento, Guedes disse que o governo brasileiro não pode mais carregar "ninhos de corrupção", que dão prejuízo para garantir apoio político em troca de cargos públicos.

© Reuters / Pilar Olivares 

"A velha política morreu. Não sabemos qual é a nova, mas sabemos que a velha política morreu. As estatais não vão alimentar mais aquela forma de fazer política", afirmou. Ele defendeu que privatizações podem ajudar a cortar gastos públicos e permitir foco em investimentos sociais, como saúde, educação e segurança.

No evento, o BNDES apresentou exemplos das privatizações das seis distribuidoras que eram operadas pela Eletrobras, concluído em 2018. Segundo o presidente do banco, Joaquim Levy, foram transferidos R$ 9,3 bilhões em dívidas a empresas privadas, que terão que aportar R$ 2,4 bilhões em capital e R$ 6,7 bilhões em investimentos.

"Com esse processo, a gente conseguiu tirar um peso do Estado", reforçou a secretária executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, argumentando que a situação das empresas tomavam tempo do governo e da Aneel (Agência Nacional de energia Elétrica).

As seis empresas, que operam nas regiões Norte e Nordeste, foram vendidas em três leilões realizados em 2018, em um processo que enfrentou grande resistência de trabalhadores e políticos locais.

Guedes diz que a estratégia futura é descentralizar o processo de privatizações, com foco em empresas controladas por estados e municípios. Para isso, o BNDES está alterando sua estrutura, criando diretorias para se aproximar dos governos estaduais e prefeituras.

A modelagem de privatizações e concessões será um dos focos do BNDES, reforçou o presidente do banco durante o evento. Ele disse que o banco continuará emprestando dinheiro, mas a juros de mercado e em parceria com o setor privado.

"O BNDES vai continuar proporcionando crédito de longo prazo para investimento, mas agora já sem subsídio e com disciplina, focando realmente onde pode haver falhas de mercado e com parceiros do setor privado", disse Levy.  Com informações da Folhapress. 



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES