Estudo revela agrotóxicos em alimentos ultraprocessados segundo IDEC

Análise do Idec avaliou 27 produtos populares no dia a dia dos brasileiros, como bisnaguinha e bolacha, com forte apelo infantil

Alimentos ultraprocessados de algumas marcas e tipos revelaram agrotóxicos | reprodução internet
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O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor traz um resultado de um estudo inédito no país. Ele revela a presença de resíduos de dezenas de agrotóxicos em alimentos bem comuns na mesa de muitos brasileiros, o que preocupa.

A análise passou por produtos ultraprocessados que tem em suas características alto teor de açúcar, sal e gordura. A maioria, traz um forte apelo ao público infantil.

Um deles, o glifosato é usado em lavouras de soja, trigo, milho e cana de açúcar. No total foram catalogados 27 produtos. Eles foram analisados e divididos em oito categorias. Seis apresentaram resíduos de agrotóxicos. Produtos como bolachas recheadas, cereais, pães bisnaguinhas de supermercado, dentre outros.

Os fabricantes dos produtos citados na pesquisa e que pdoe ser conferida na página do IDEC já foram notificados em relação às substâncias detectadas em seus produtos. Os que responderam ao Idec alegam que a quantidade de agrotóxico está dentro dos limites permitidos ou que seguem boas práticas dos fornecedores de matéria-prima. De fato, não há regulação sobre o limite máximo desses resíduos em ultraprocessados, pois a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) apenas monitora essas substâncias nos alimentos in natura. Entretanto, para Teresa Liporace, diretora executiva do Idec, "É urgente que os órgãos fiscalizadores se debrucem sobre isso, e que a população seja informada a respeito da contaminação do que está comendo, bem como sobre os riscos desses produtos para a saúde".

Alimentos como uma marca de biscoito recheado foi citada na pesquisa/reprodução internet

O Idec encomendou a análise a um laboratório que é referência nacional, acreditado pelo Inmetro, credenciado no MAPA (Ministério da Agropecuária e Abastecimento) e utilizado pela Anvisa. O resultado foi organizado pela equipe multiprofissional do Idec e transformado numa cartilha detalhada. Para Rafael Arantes, nutricionista do Idec, o que mais chamou a atenção foram especialmente os ultraprocessados à base de trigo. "Encontramos resíduos de agrotóxicos em todos os que foram testados, com destaque para a presença de glifosato na maior parte dos produtos. É bem preocupante".

Faz realmente mal à saúde?

Todos os agrotóxicos encontrados nos alimentos analisados estão presentes nas lavouras brasileiras, como o glifosato, herbicida mais usado no mundo. Em 2015, a Iarc (Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer), da OMS (Organização Mundial da Saúde), concluiu com base em centenas de pesquisas que o glifosato era "provavelmente carcinogênico" para humanos. No Brasil, a Anvisa decidiu no ano passado manter a liberação do glifosato, mas com restrições.

Rafael Arantes, nutricionista do Idec, diz que "Jogamos luz em um problema que ainda precisa ser amplamente monitorado e melhor compreendido, mas podemos afirmar que os ultraprocessados representam um perigo duplo para a população. Além dos malefícios já conhecidos para a saúde, encontrar agrotóxicos nesses produtos acende mais um alerta, indicando uma conexão com a forma insustentável de produção de commodities que são alguns dos principais ingredientes para esses produtos".

IDEC

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) é uma associação de consumidores sem fins lucrativos, independente de empresas, partidos ou governos. Fundado em 1987 por um grupo de voluntários, sua missão é orientar, conscientizar, defender a ética na relação de consumo e, sobretudo, lutar pelos direitos dos consumidores. Além de orientar consumidores sobre seus direitos, o Idec atua em diversas causas pressionando autoridades, denunciando práticas abusivas e mobilizando a sociedade. O instituto representa milhares de vozes frente ao poder público e judiciário que exigem a garantia e o avanço dos direitos por uma alimentação mais saudável, o acesso digno à saúde, educação financeira, segurança dos dados, qualidade e segurança nos transportes coletivos e ativos, direito à informação clara sobre o uso sustentável e eficiente de energia, entre muitas outras lutas importantes para o exercício da cidadania. https://www.idec.org.br



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