Estudo sugere que paciente com HIV foi curado; segundo caso no mundo

A pesquisa, feita por cientistas de Universidade de Cambridge

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Um estudo publicado nesta terça (10) na revista "The Lancet HIV" sugere que um paciente com o vírus HIV que foi submetido a um transplante de células-tronco não apresenta mais sinais de infecção.

A pesquisa, feita por cientistas de Universidade de Cambridge, apontou que não há mais sinais do vírus nas amostras de sangue do paciente, 2 anos e meio (30 meses) depois de ele interromper o tratamento antirretroviral contra o HIV.

É o segundo caso desse tipo em todo o mundo. O primeiro ocorreu em 2011, quando o chamado "paciente de Berlim" se tornou o primeiro a reportar a cura da infecção por HIV.

"Sugerimos que nossos resultados representam uma cura do HIV", afirmam os autores, depois de testarem amostras de sangue, tecido e esperma.

"Testamos um número considerável de lugares onde o vírus gosta de se esconder e praticamente tudo deu negativo", disse o professor Ravindra Gupta, um dos autores do estudo, à agência AFP.

Os pesquisadores apontam que restos do DNA do vírus foram detectados em algumas amostras de tecido, mas que estes seriam resquícios “fósseis”, incapazes de reproduzir o vírus.

"É difícil imaginar que todos os vestígios de um vírus que infecta bilhões de células foram eliminados", comemorou Gupta.

Tratamento

Este caso ficou conhecido como o “paciente de Londres”. Tanto ele como o anterior, de 2011, foram submetidos ao mesmo procedimento, que inclui duas sessões de transplante de células-tronco de doadores específicos – que possuem um gene resistente ao vírus. O objetivo é tornar o vírus incapaz de se replicar no corpo do paciente, substituindo as células de defesa pelas do doador.

O procedimento usado para os dois pacientes curados é considerado arriscado, ressalta Gupta.

"Temos que colocar na balança a taxa de mortalidade de 10% para um transplante de células-tronco. Não é um tratamento que seria oferecido amplamente a pacientes com HIV que estejam em um tratamento antirretroviral de sucesso", lembrou o cientista.

O primeiro caso deste tipo, o "paciente de Berlim", passou por um tratamento com radiação no corpo inteiro, e, depois, dois transplantes de células-tronco de um doador que tinha um gene resistente ao vírus HIV. Depois, foi feito um tratamento com quimioterapia.

Já este segundo caso, o "de Londres", passou por um transplante, um tratamento com quimioterapia de intensidade reduzida e não precisou de radiação. Em 2019, foi relatado que o vírus estava em remissão.

Comparado ao tratamento usado no paciente de Berlim, os autores destacam que o paciente de Londres representa um passo em direção a uma abordagem de tratamento menos intensiva, mostrando que a remissão a longo prazo do HIV pode ser alcançada usando esquemas de drogas de intensidade reduzida, com apenas um transplante de células-tronco em vez de dois e sem radiação total do corpo.

Mas, como o paciente é apenas o segundo a ter sucesso nesse tipo de tratamento, ele também continuará a ser testado regularmente para monitorar um possível reaparecimento do vírus.

Segundo o programa das Nações Unidas para a Aids, a UNAids, havia, em 2018, 38 milhões de pessoas vivendo com o vírus HIV em todo o mundo. No mesmo ano, cerca de 770 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à Aids.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES