EUA dizem estar “preocupados” com ataque da Otan que matou 90

O ataque provocou uma grande explosão e um incêndio devastador na região

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 A Casa Branca afirmou nesta sexta-feira que os estados Unidos estão "muito preocupados" com a possibilidade de vítimas civis entre os cerca de 90 mortos --entre eles possivelmente dezenas de civis-- em um bombardeio aéreo das forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Província de Kunduz, norte do Afeganistão.

A morte de civis é um dos temas mais delicados da missão comandada pelos EUA no país e motivo de frequentes atritos entre Washington e Cabul. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse ainda que o ataque será investigado. "Obviamente, cada vez que perdemos vidas humanas em um conflito como este, particularmente a vida de civis, ficamos muito preocupados", disse.

Mais cedo, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, criticou o ataque e afirmou que atacar civis é, em qualquer caso, "inaceitável". Um policial afegão afirmou, em condição de anonimato, que há cerca de 40 civis entre as vítimas do bombardeio. O governador de Kunduz, Mahbubullah Sayedi, citado pela agência de notícias France Presse, afirmou que há moradores locais entre as vítimas, incluindo algumas crianças, que buscavam a gasolina gratuita.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, admitiu nesta sexta-feira que pode haver civis entre as vítimas do bombardeio aéreo das forças internacionais contra dois caminhões-tanques de combustível na Província de Kunduz. As forças da Otan estão investigando se efetivamente há vítimas civis no bombardeio aéreo contra dois caminhões-tanque com combustível roubados por militantes do grupo islâmico radical Taleban na Província de Kunduz.

O ataque provocou uma grande explosão e um incêndio devastador na região. A porta-voz da Isaf, comandante Christine Sidenstricker, afirmou que as autoridades afegãs reportaram o roubo dos dois caminhões e o avião da Otan localizou os veículos na margem de um rio. "Depois de observar que havia apenas insurgentes na área, o comandante local da Isaf ordenou os ataques aéreos que destruíram os caminhões e mataram um grande número de insurgentes", disse. Questionada sobre como o piloto poderia identificar se a multidão era apenas de insurgentes, ela disse que as forças usam "informação disponível na cena".

Tensão

O ataque em Kunduz pode reacender a rejeição ao trabalho das forças internacionais entre os civis afegãos, dois meses depois que o novo comandante das forças dos EUA no país, Stanley McChrystal, anunciar medidas para reduzir a morte de civis na guerra. Em reportagem publicada em junho pelo jornal americano "The New York Times", McChrystal afirmou em entrevistas nos últimos dias que a utilização de ataques aéreos no Afeganistão será permitida apenas para prevenir ofensivas contra tropas americanas e da coalizão internacional.

A declaração veio após a repercussão do ataque americano de 4 de maio passado que matou 140 civis Província de Farah, em maio, segundo fontes afegãs. Os EUA admitiram erros na operação, mas dizem ter matado mais talebans que civis. Dias após o ataque, militares americanos contabilizaram um saldo de 20 civis e 60 insurgentes mortos.



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