EUA: Kamala Harris é escolhida candidata a vice na chapa de Joe Biden

Biden usou as redes sociais para anunciar o nome da senadora nesta terça-feira (11)

Biden escolhe Kamala Harris como candidata a vice | Divulgação
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O candidato do Partido Democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, escolheu como companheira de chapa a senadora Kamala Harris, de 55 anos. Caso vençam Donald Trump nas eleições de novembro, ela será a primeira mulher eleita a ocupar o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos.

Biden usou as redes sociais para anunciar o nome de Harris nesta terça-feira (11) e oficializar a promessa de ter uma mulher como candidata a vice na corrida presidencial (saiba mais no fim da reportagem). A pressão por uma mulher negra, como Harris, aumentou após os protestos contra o racismo nos EUA.

"Eu tenho a grande honra de anunciar que escolhi Kamala Harris — uma lutadora destemida pelos pequenos e uma das melhores servidores públicas do país — como minha parceira de chapa", escreveu.

O candidato a presidente mencionou o filho morto em 2015, Beau Biden, que também atuou como procurador. Segundo ele, os dois trabalharam juntos.

"Eu era orgulhoso deles, e agora sinto orgulho de tê-la como minha parceira nesta campanha", disse.

A nomeação foi recebida com críticas e ironias de Trump, que chamou a candidata a vice na chapa rival de "falsa" (leia mais no fim da reportagem).

Kamala também usou o Twitter para agradecer Biden pela indicação e disse que o parceiro de chapa "pode unificar o povo americano". "E, como presidente, ele vai construir um país que vai ser bom para nossos ideais", completou.

"Estou honrada em acompanhá-lo como nosso indicado do partido como vice-presidente, e fazer o que for possível para torná-lo nosso comandante chefe", tuitou.

EUA: Joe Biden escolhe Kamala Harris como candidata a vice 

Quem é Kamala Harris

Senadora pelo estado da Califórnia desde 2017, Harris chegou a se apresentar como pré-candidata à Casa Branca e liderou algumas das pesquisas internas do Partido Democrata. No entanto, foi perdendo apoio até deixar de vez a corrida presidencial.

Harris nasceu de pais imigrantes: um pai jamaicano e uma mãe indiana, que, inclusive, se notabilizou pela pesquisa na área de câncer e como ativista de direitos civis.

Formada em direito e ex-procuradora do Distrito de San Francisco e do estado da Califórnia, a agora candidata a vice ganhou projeção nacional ao questionar duramente, em sabatinas no Senado, indicados por Trump para cargos de juiz da Suprema Corte e de Secretário de Justiça.

Quando concorreu a ser cabeça de chapa do Partido Democrata, Harris demonstrou apoio a pautas contra o racismo. Embora Biden tenha obtido resultado expressivo entre a população negra dos EUA nas primárias, o agora companheiro de candidatura recebeu críticas ferrenhas da senadora em debates. Os dois vinham divergindo sobre os cortes no financiamento das polícias — Biden é mais cauteloso e prefere não cortar as verbas.

Apesar de figurar como uma das favoritas a vencer as primárias democratas no início da corrida, Harris não obteve apoio suficiente e desistiu em dezembro, antes mesmo das votações começarem.

Porém, com os protestos contra o racismo após a morte de George Floyd, em maio, Harris voltou a ter visibilidade ao participar das marchas que tomaram as ruas das maiores cidades dos Estados Unidos.

Ainda assim, grupos mais à esquerda no Partido Democrata acham que a senadora não é tão progressista em temas como segurança pública — a atuação de Harris como procuradora pesaria contra a agora candidata a vice entre as fileiras mais radicais da oposição.

Em agosto do ano passado, em meio às queimadas na Amazônia, Harris criticou a condução da política ambiental do Brasil pelo governo de Jair Bolsonaro, a quem chamou de "presidente tipo-Trump". Ela pediu que a Casa Branca suspendesse novos acordos com o Brasil até mudanças na área do meio ambiente.

"Enquanto a Amazônia pega fogo, o presidente tipo-Trump do Brasil, que deixou madeireiros e mineiros destruírem a terra, não está agindo", escreveu, na época.

"Trump não deve procurar um acordo comercial com o Brasil até que Bolsonaro reverta sua política ambiental catastrófica e combata os incêndios. Precisamos de liderança americana para salvar o planeta", acrescentou Harris.

EUA: Joe Biden escolhe Kamala Harris como candidata a vice 

Vice-presidente dos EUA

Apesar de os EUA nunca terem elegido uma mulher como vice-presidente, Kamala Harris será a terceira candidata ao cargo por um dos partidos majoritários do país. Nos últimos meses, Biden demonstrou que queria escolher uma mulher não branca como parceira de candidatura — o que levantou a possibilidade de outros nomes, como a ex-embaixadora dos EUA na ONU Susan Rice.

Em 1984, Geraldine Ferraro concorreu como vice na chapa do democrata Walter Mondale. Em 2008, Sarah Palin foi parceira na candidatura do republicano John McCain. Ambas perderam para as candidaturas encabeçadas por Ronald Reagan e Barack Obama, respectivamente.

Biden, inclusive, foi o vice-presidente de Obama nos dois mandatos à frente da Casa Branca, entre 2009 e 2017. Atualmente, quem ocupa o posto é o republicano Mike Pence, que também concorre à reeleição na chapa de Donald Trump.

Em nota, o ex-presidente Obama elogiou a escolha de Harris. "Ela está mais do que preparada para o cargo. Ela passou sua carreira defendendo nossa constituição e lutando pelos que precisam de um justo tratamento", disse, mencionando os trabalhos da democrata como procuradora.

Trump reage

Em entrevista coletiva, Donald Trump ironizou a escolha de Harris: "Seria a minha opção", disse. Ele mencionou o mau desempenho de Harris nas pesquisas do partido de oposição que teriam levado à desistência da senadora em se candidatar como cabeça de chapa ainda em dezembro, antes mesmo do início das primárias democratas.

"Era esperado que ela fosse bem, como vocês sabem, mas ela acabou com cerca de 2% e gastou muito dinheiro", afirmou Trump.

"Eu fiquei surpreso porque ela foi tão mal! Tanta gente foi melhor do que ela nas primárias", ironizou Trump.

Também pelas redes, Trump reagiu com um vídeo em que acusa a senadora de ser a escolhida da "esquerda radical" por supostamente defender mais impostos e a abertura de fronteiras.

Além disso, o vídeo chama Harris de "falsa" por ela ter criticado Biden sobre politicas raciais no início da campanha, quando ela ainda era pré-candidata.



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