Ex-lutadora do UFC denuncia ex-treinador de agressão

Ericka Almeida, de Sorocaba, afirma que registrou situações. Herman Gutierrez nega as acusações.

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A ex-lutadora do UFC, Ericka Almeida, denuncia o ex-treinador que conheceu na adolescência por agressões e ameaças, em Sorocaba (SP). Um vídeo mostra a atleta sangrando depois de ser supostamente ferida por Herman Gutierrez. Ele nega as acusações.  As informações são do G1.

Em 2007, Ericka começou a trabalhar como recepcionista em uma academia onde conheceu o treinador ainda casado. Ela tinha 17 anos e ele 38 quando teriam começado um relacionamento.

"Foi assim que eu tive os primeiros contatos com ele. Foram investidas dele, eu estava sempre com ele, porque ele me levava para treinar, me deixava em casa, me buscava para fazer musculação junto. Assim foi indo, ele foi demonstrando interesse, até que ele falou que tinha interesse. A princípio ele me tratava muito bem e eu acabei cedendo", lembra.

Segundo a atleta, não demorou para que o comportamento dele mudasse. "As agressões verbais mais pesadas começaram a acontecer e as agressões físicas. Qualquer motivo era motivo. Se eu tava com o cabelo solto, era motivo. Se eu usava uma maquiagem, era motivo."

Com o passar do tempo, Ericka progrediu como lutadora ao lado do treinador. Ela começou a treinar MMA e chegou a assinar um contrato com três lutas no UFC. No entanto, foi dispensada depois de duas derrotas.

"Ele sempre também jogou na minha cara isso, deixou bem claro que ele falava que eu devia a ele", diz.

Registro em diário

Na mesma época, a lutadora levou os irmãos mais novos para treinar com Herman. A irmã dela, Ellen Wanessa Almeida, tinha 15 anos. Ela também se envolveu com o treinador. Contudo, ninguém sabia sobre o caso.

A irmã conta que também foi vítima do comportamento agressivo do empresário. Segundo ela, em uma viagem para disputar um campeonato ao Rio de Janeiro ocorreu uma das situações mais graves.

"Ele [Herman] me pegou pelo pescoço, começou a me estrangular, só que como eu treinava Jiu eu não senti muito, aí ele soltou. Quando ele soltou eu relaxei e falei: 'acho que ele parou'. Quando eu pensei isso, ele voou o joelho no meu queixo", conta Ellen, que registrou os dias de agressões em um diário.

A Ericka guardou um áudio em 2017, quando ela teria sido ameaçada. A gravação seria a voz do treinador, segundo ela.

Ainda em 2017, a atleta afirma que Herman não gostou quando viu no celular que ela participava de um grupo com amigas. Ela teria sofrido mais uma agressão e gravou um vídeo onde aparece suja de sangue.

"Ninguém merece isso, ninguém. Nunca achei que isso fosse acontecer comigo. Mas se algo acontecer, então foi o Herman que veio fazer isso aqui em casa", disse no registro.

Nova vida

Ainda na ocasião, um amigo da faculdade sugeriu que ela procurasse ajuda. De acordo com o rapaz, que terá a identidade preservada, a atleta levou a situação para os pais que não sabiam o que ocorria com as filhas.

Depois de contar para a mãe, Éricka decidiu sair de São Paulo e foi morar no Paraná. Ela escolheu Curitiba para recomeçar. A cidade fica cerca de 400 quilômetros de Sorocaba.

A lutadora procurou a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) para denunciar as agressões. Ela não apresentou provas e a Justiça negou a medida protetiva. Atualmente, o advogado das irmãs, Luiz Antônio Barbosa, entregou fotos, vídeo, a gravação e o diário da irmã à Justiça.

"Pelo grau, pela forma de agressão e pela violência, eu entendo que pode ser caracterizado como uma tentativa de homicídio", explica a defesa.

Treinador nega

À polícia, Herman Gutierrez confirmou que teve um relacionamento amoroso com a vítima, mas negou as agressões. Em entrevista ao Fantástico, ele negou o envolvimento com a lutadora.

Quando foi questionado sobre o vídeo, o professor de artes marciais afirmou que não se lembra. "Não me lembro disso daí, mas por que nessa mesma hora que ela fez esse vídeo, ela não foi para delegacia e fez um boletim?"

Depois de ser confrontado com a conversa em áudio, ele disse que foi uma discussão e que pediu desculpa para ela, na época. "Não estou reconhecendo direito minha voz, mas não foi uma coisa assim tão, tão assim, é... desculpa, tá", disse antes de colocar a mão na frente da câmera.



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