Ex-presidente da OAB diz que“Defesa existe apenas para cumprir tabela”

Ele participou, nesta terça-feira (26/11), do seminário Política, Democracia e Justiça, na Câmara dos Deputados. O evento conta com apoio da ConJur.

FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Há em curso no Brasil uma onda de criminalização do direito de defesa, enquanto se superestima a força de agentes do Estado. Quem afirma é o advogado Marcus Vinícius Furtado Coêlho, ex-presidente do Conselho Federal da OAB.

Ele participou, nesta terça-feira (26/11), do seminário Política, Democracia e Justiça, na Câmara dos Deputados. O evento conta com apoio da ConJur.

De acordo com o advogado, a advocacia tem sido alvo de uma "tendência generalizante de espetacularização e criminalização". "Advogados, pelo simples fato de atuarem na defesa criminal de uma pessoa, passam a ser vistos como cúmplices e suspeitos de crime, têm seu sigilo violado, são alvos de mandados de busca e apreensão abusivos e ilegais", afirmou.

O ex-presidente da OAB criticou o fato de que, atualmente, o advogado deve defender não só seu cliente, mas também tem que defender a profissão: "a defesa existe apenas para cumprir tabela em nosso país. Parece crime fazer a defesa e advogar no Brasil". 

"O advogado é um ser que atrapalha. Para quê recurso? A condenação já existe! Esses recursos só servem para atrapalhar, porque o certo é condenar e acabou. O processo é um mero simulacro", ironizou, afirmando que atualmente a defesa faz parte de uma mera obrigação protocolar.

Em defesa do contraditório, o advogado atentou para a "presunção de culpabilidade" e criticou as ideias ventiladas para acabar com o sistema recursal. Para ele, é extremamente preocupante que o mero diálogo e reuniões feitas na vida política sejam criminalizadas simplesmente porque acontecem.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES