Ex-servidor do governo é detido por calúnia e possível ataque ao STF

Segundo Polícia Civil, voz de Renan Sena aparece em vídeo em que grupo lança fogos contra prédio do Supremo. Ele foi liberado após assinar termo; G1 aguarda posicionamento da defesa.

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

O apoiador do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) Renan Sena foi detido pela Polícia Civil na tarde deste domingo (14). O homem, que é ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, foi levado à delegacia pelos crimes de calúnia e injúria, após divulgar vídeo com ofensas contra autoridades dos três Poderes e o governador Ibaneis Rocha (MDB). Ele foi liberado após assinar um termo de comparecimento em juízo. As informações são do G1.

Para o delegado responsável pelo caso, Giancarlos Zualini, Sena é suspeito de "narrar o vídeo" em que manifestantes lançam fogos contra o STF. O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli apresentou representação contra ele à Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República, “por ataques e ameaças à Instituição deste Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito”.

No ofício, Toffoli afirma que a representação se dá “por postagens em redes sociais, bem como todos os demais participantes e financiadores, inclusive por eventual organização criminosa”.

O ministro pede que sejam “adotadas as necessárias providências para a investigação e persecução penal”.

Sena já é indiciado por injúria durante outro protesto, no início de maio. Na ocasião, ele xingou enfermeiras que participavam de ato em memória a vítimas da Covid-19.

Ataques aos Poderes

No vídeo que circula nas redes sociais, gravado neste domingo, Sena faz ataques contra os presidentes da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além de Ibaneis e Toffoli.

O apoiador de Bolsonaro afirma que foi "ameaçado" por órgãos de segurança. Na Praça dos Três Poderes, ele afirma que vive em uma "ditadura comunista" e chama autoridades de "bandidos".

Ao citar "ameaças" ele se refere a decreto que fechou o acesso à Esplanada dos Ministérios neste domingo. A medida foi publicada na noite de sábado (13) por "risco de agravos à saúde pública" e para evitar atos antidemocráticos e inconstitucionais. Contudo, houve protestos no local. Na gravação, Sena se dirige a Bolsonaro e fala que o vídeo deve chegar até ele.

"Olha aqui presidente, o que estamos passando, com essa ditadura comunista, que tem cobertura daqueles bandidos lá do STF, esses vagabundos do Congresso Nacional", diz Sena no vídeo.

Em seguida, ele xinga o governador Ibaneis e os secretários do governo do Distrito Federal.

"Nós, a família, que sustenta essa nação, com suor com trabalho, estamos sendo investigados e humilhados por esse governador bandido, esses secretários bandidos. Eles acabaram de nos ameaçar", afirmou.

Resistência

Segundo a Polícia Civil, Sena foi localizado dentro de um carro, como passageiro, próximo ao Setor de Indústrias Gráficas (SIG). A motorista que acompanhava ele "não obedeceu ao comando para parar" e ainda "arrancou com o veículo arrastando um policial por alguns metros".

Sena foi retirado do veículo pelos policiais e encaminhado à Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC).

Segundo a corporação, a motorista que estava com ele seguiu os policiais e "entrou na contramão diversas vezes". Ao chegar na delegacia, a mulher teria colidido o próprio veículo contra um carro da PCDF.

"Ela insistia em não obedecer aos comandos, não colocando as mãos no volante, nem desligando o carro", consta na ocorrência.

A Polícia Civil afirma ainda que a mulher estava "exaltada" e que foi "necessário a utilização de spray de pimenta por cautela da integridade física dela e dos policiais".

A motorista foi detida mas liberada após pagar fiança de R$ 1,5 mil, de acordo com a Polícia Civil. Já Renan, foi ouvido na delegacia, assinou um termo de comparecimento ao juízo e foi liberado.

O apoiador de Bolsonaro será investigado em um termo circunstanciado.

Indiciado

No dia 29 de maio, Sena foi indiciado por injúria e agressão contra enfermeiras durante ato realizado por profissionais de saúde, na Praça dos Três Poderes, em memória às vítimas da Covid-19.

O caso em questão ocorreu no dia 1º de maio, ele foi gravado xingando enfermeiras e empurrando uma delas. As agressões ocorreram durante uma manifestação realizada por profissionais de saúde para homenagear colegas mortos pela Covid-19 e a favor do isolamento social.

Sena aparece gritando com os enfermeiros. "Vocês consomem o nosso fruto do suor, nós construímos essa nação", disse.

Na data do protesto, Renan estava ligado a um cargo terceirizado no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Ele foi exonerado após o vídeo se tornar público.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES