Exploração de matas nativas predomina na produção florestal do Piauí

A produção primária florestal, composta pelos produtos do extrativismo vegetal e da silvicultura, gerou R$ 223 milhões no Piauí, em 2020

Exploração de matas nativas predomina na produção florestal do Piauí | Reprodução/Internet
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O extrativismo vegetal, que é a retirada de produtos oriundos de matas ou florestas nativas, tem maior representatividade no valor da produção primária florestal do Piauí do que a silvicultura – que se refere às florestas plantadas para fins comerciais. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a extração vegetal corresponde a mais de 90% do valor gerado pela produção primária florestal no Piauí. Os dados foram obtidos por meio da Pesquisa do Extrativismo Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2020.

A produção primária florestal, composta pelos produtos do extrativismo vegetal e da silvicultura, gerou R$ 223 milhões no Piauí, em 2020. Desse montante, a extração vegetal foi responsável por 96,4%, enquanto a silvicultura gerou apenas 3,6%. As proporções permaneceram similares nos últimos dez anos, com a exploração de matas e florestas nativas correspondendo a quase totalidade do valor.

A produção primária florestal, composta pelos produtos do extrativismo vegetal e da silvicultura, gerou R$ 223 milhões no Piauí, em 2020 - Foto: Reprodução/Internet

 “O extrativismo vegetal ainda é expressivo no Piauí, principalmente pela participação do pó de carnaúba, além da extração de produtos alimentícios e aromáticos, que permitem a exploração sem a destruição das espécies vegetais”, salienta o supervisor de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, Pedro Andrade. O pó de carnaúba é o principal produto de extrativismo vegetal do Piauí. Com ele, o estado obteve R$ 133 milhões em 2020, o que equivale a 61,8% do total obtido com a prática.

Contudo, a situação é oposta no Brasil: desde o início dos anos 2000, a silvicultura vem se sobressaindo frente ao extrativismo vegetal. O país gerou R$ 23,6 bilhões com a produção primária florestal no ano passado.  Desse total, o manejo em florestas plantadas para fins comerciais representa 79,8%, enquanto o extrativismo vegetal corresponde a 20,2%.

Andrade explica que o contraste entre o Piauí e o restante do Brasil se deve ao estágio mais avançado de desenvolvimento da silvicultura em outras regiões do país. “Quando consideramos a produção nacional, apresentam maiores valores os produtos madeireiros provenientes da silvicultura, visto o desenvolvimento nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país, maior controle da exploração extrativista e incentivos aos produtos da silvicultura”, esclarece o supervisor.

Do montante gerado pelo Piauí com a produção primária florestal em 2020, o município de Parnaguá é responsável por 10,6%. A cidade, que possui pouco mais de 10 mil habitantes, produziu R$ 23 milhões com o extrativismo vegetal no ano passado e não registrou exploração da silvicultura. O carvão vegetal é o principal produto do município, respondendo por 95% do valor total gerado.

Exclusivamente em relação às florestas plantadas para fins comerciais, apenas quatro municípios piauienses contribuíram para a soma total do estado. São eles: Antônio Almeida, Regeneração, Boa Hora e Piracuruca. Sendo que a cidade de Antônio Almeida gerou R$ 4,5 milhões com a silvicultura, o que equivale a 57,3% do total obtido com essa prática no Piauí.



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