Falta d’água gera comércio ilegal na zona Norte de Teresina

Jacinta Andrede continua a sofrer com o problema da falta d’água.

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A região do Jacinta Andrade, zona Norte de Teresina, continua a sofrer com o problema da falta d’água. Mas enquanto as famílias sofrem com a carestia, há quem lucre com a condição do conjunto. Foi criado um comércio clandestino de galões d’água, onde homens captam o líquido nas torneiras de casas abandonadas e vendem às famílias das regiões mais altas, onde a bomba dos poços não consegue chegar.

Em alguns pontos é comum ver canos arrancados do chão para a retirada da água clandestina. Eles são quebrados rente ao solo, e despejam o líquido que poderia ser utilizado pela população para lavar a roupa, cozinhar ou mesmo para beber.

Manoel Bezerra dos Santos aponta uma das torneiras utilizadas pela população para captar água clandestina. Trata- se da casa 20, da quadra 93, que está abandonada. “O pessoal vê-se obrigado a pegar água clandestinamente na torneira, mas tem gente que vende os galões d’água”, comenta o morador com o talão de água na mão.

Mas enquanto há o mal uso da água, os moradores da mesma quadra 93 do Residencial Jacinta Andrade sofrem sem água nas torneiras. “Tem mais de uma semana que estamos sem água. Nós estamos pegando, nós mesmos, em outras localidades. Toda manhã temos que acordar cedo para ir buscar. Quando abrimos a torneira a água não vem, mas o talão chega todos os meses”, desabafa Jorge Nunes de Oliveira, de 50 anos.

Da mesma família, quem também reclama é Raimundo Lopes de Oliveira. “Aqui nós temos que tomar banho com um pincel, porque a água só faz pingar no chuveiro. A falta é tanta que a válvula da torneira nem ‘chia’”, completa o senhor de 75 anos.

Eles moram no Jacinta Andrade há pouco mais de três anos, e o problema nunca esteve tão sério. “Nossa família passa muita dificuldade. É muito ruim ficar sem água. É ruim pra lavar roupa, para fazer a comida, é muito sofrimento isso tudo”, lamenta Rosa Vieira, de 72 anos.

ETA da Santa Maria da Codipi é a solução

A Agespisa está operando em fase experimental a Estação de Tratamento de Água da Santa Maria da Codipi, que é apontada como a solução para o abastecimento ineficaz de mais de 20 bairros da zona Norte de Teresina. Atualmente, os bairros daquela região são abastecidos apenas por poços tubulares.

Segundo informações do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (IDEPI), a ETA possui grande porte e vai produzir vazão de 500 litros d’água por segundo, e deve atender uma média de 115 mil pessoas, que são os moradores daquela região da grande Santa Maria da Codipi. Este número deve aumentar após a construção de obras complementares.

No entanto, apesar de a Agespisa garantir que a ETA esteja pronta, não há previsão para o pleno funcionamento da estrutura. Hoje Teresina possui a produção de 235 milhões de litros de água por dia, e deve ter um aumento de 20% após a regularização do funcionamento da ETA, que vai produzir 43 milhões de litros de água a cada 24 horas.



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