Fauna piauiense é monitorada por satélite

Pesquisadores vão monitorar comportamento da tartaruga-de-couro e peixe-camurupim

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Os pesquisadores do Instituto Tartarugas do Delta (ITD), com sede em Luís Correia, litoral do Piauí, estão realizando um trabalho muito importante para a conservação da fauna piauiense. Através de monitoramento via satélite, os pesquisadores poderão entender o ciclo reprodutivo da tartaruga-de-couro e do peixe-camurupim.

Trabalho de marcação da tartaruga-de-couro. Crédito: ITD.

O primeiro animal a ser marcado com o aparelho, que não representa nenhum risco à fisiologia, foi uma tartaruga-de-couro, marcada na última semana. O trabalho ocorreu na madrugada do dia 19 de junho, na Praia da Pedra do Sol. Como ela, mais espécies devem ser monitoradas para que os pesquisadores saibam onde elas estão se reproduzindo, além das praias de Luís Correia.  

A pesquisa começou por etapas, há mais de 10 anos atrás. “Nós iniciamos um trabalho no Piauí em 2006. Os primeiros foram para entender este território no trabalho de conservação das espécies de  tartarugas-marinhas. O Piauí é uma importante área de desova. Então em parceria com o Tamar iniciamos o treinamento para manejo e conservação destas espécies”, conta Werlanne Magalhães, bióloga e vice-presidente do ITD.

Crédito: ITD.

O segundo passo foi identificar as espécies que frequentavam o litoral. “Identificamos três: a tartaruga-de-pente, que é criticamente ameaçada de extinção, a tartaruga-de-couro, também criticamente ameaçada, e a tartaruga-oliva, que está em perigo. Existem três categorias: a vulnerável, em perigo e criticamente. Também tem a tartaruga-cabeçuda, em perigo, e tartaruga-verde, vulnerável, que vêm ocasionalmente”, revela a bióloga.

Piauí: um corredor reprodutivo das tartarugas

O Piauí é o Estado com o menor litoral brasileiro. Mas tamanho não é documento para as espécies de tartarugas-marinhas, que encontraram neste pedacinho de areia um bom local para ocupar. O litoral piauiense possui especificidades que permitem a desova das cinco espécies brasileiras.

O período de desova ocorre de janeiro a julho, o que difere de outras áreas da costa brasileira, que ocorre apenas em setembro e encerra em fevereiro a março. “Dentro desse trabalho, surgiram algumas demandas de pesquisa. Fomos conhecer a rota migratória do comportamento reprodutivo das fêmeas. No Piauí, frequentam as cinco espécies. Sendo que algumas vem todos os anos e outras aleatoriamente”, aponta Werlanne Magalhães.

O trabalho é fundamental para combater a extinção das espécies. “Começamos um trabalho de telemetria, monitoramento via satélite, que é realizado com a tartaruga-de-couro. Além do monitoramento do peixe-camurupim. Assim podemos compreender a reprodução das duas espécies. Quando ampliamos esses conhecimentos, conseguimos melhorar o manejo e a conservação”, acrescenta a bióloga.

No caso da tartaruga-de-couro, elas frequentam áreas do litoral do Piauí. “Queremos saber que outras áreas elas também fazem a desova, coisa que pode acontecer em praias inabitadas do Delta. Nós iniciamos o trabalho agora, então até o momento uma tartaruga-de-couro foi marcada. O aparelho fica no casco do animal e não tem nenhum risco para ele. Tudo é realizado com biossegurança e tem acompanhamento clínico veterinário”, explica.

Crédito: IDT.

Peixe-camurupim em risco

O peixe-camurupim é bastante explorado na Praia da Pedra do Sal, em Parnaíba. O animal está em risco de extinção, mas pode ser pescado em razão da legislação. “No caso do peixe-camurupim, vamos desenvolver estudos sobre a biologia e ciclo reprodutivo. A espécie é vulnerável de extinção, mas ela pode ser colhida em áreas de conservação ambiental, de acordo com a portaria 445. O camurupim é muito pescado para consumo e comercialização”, conta Werlanne Magalhães.

Para que o trabalho ocorra sem interferências, a comunidade não deve mexer em animais com o dispositivo. “É importante que a população fique ciente em não mexer nos aparelhos nos animais, caso alguém aviste um animal assim. Ele pode aparecer ao lado de pescadores ou na praia, ou entrando em currais de pesca”, finaliza.



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