Fogo se espalha e quinto tanque de combustíveis é atingido em Santos

Bombeiros trabalham para que sexto tanque não seja afetado pelas chamas.

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Os profissionais do Corpo de Bombeiros seguem tentando conter o incêndio que atinge uma área industrial de Santos, no litoral de São Paulo. O fogo começou por volta das 10h desta quinta-feira (3) e atingiu quatro tanques de combustíveis. A temperatura no local chega a 800°C. Durante a manhã desta sexta-feira (3), um quinto tanque acabou sendo atingido e um sexto, que está em uma área próxima dos cinco primeiros afetados, por pouco não incendiou também. A informação foi confirmada pela Ultracargo, empresa responsável pelos tanques.

Os trabalhos do Corpo de Bombeiros continuaram por toda a madrugada e não há previsão de quando a ocorrência deve terminar. De acordo com a corporação, um dos tanques que explodiu estava carregado com 3 milhões de litros de óleo diesel, o que dificulta o serviço e pode fazer com que as chamas durem mais alguns dias. Quinze pessoas foram atendidas ainda no local e liberadas, ninguém morreu.

O Comandante da operação, Wagner Bertollini Junior, afirma que os tanques possuem um sistema para retirar o combustível, entretanto ele não está funcionando. "Os sistemas foram danificados e os tanques não estão podendo ser esvaziados por baixo. Então eles estão em uma situação quase que surreal porque eles continuam cheios em volta de um tanque pegando fogo. Esse que é a nossa grande dificuldade", diz.

Além disso, uma tubulação acabou explodindo nesta sexta-feira, entretanto ela não afetou nenhum outro tanque. Os bombeiros, porém, não descartam a possibilidade de que novas explosões possam ocorrer durante o dia. Segundo os bombeiros, ninguém morreu no incêndio e pelo menos 15 pessoas que trabalhavam no local precisaram de atendimento médico. Todas já foram liberadas.

Devido a uma fagulha, o bombeiro Claudio Rodrigues Gonçalves, de 39 anos, foi encaminhado para o Pronto Socorro da Santa Casa com lesão ocular, para avaliação oftalmológica e também foi liberado.

Em entrevista na noite nesta quinta, o capitão Marcos Palumbo, porta-voz dos bombeiros, disse que a corporação não consegue controlar as chamas.

"É difícil. A situação, em geral, está controlada. As chamas, porém, são outra história. Não há previsão para encerrar os trabalhos. Um dos tanques que explodiu estava repleto de óleo diesel. O que podemos confirmar agora, com certeza, é que ninguém se feriu gravemente durante a explosão".

Em entrevista à TV Tribuna, emissora filiada à Rede Globo de Televisão, Mike Sealy, líder setorial de Granéis Líquidos, diz que a situação está controlada. "O fogo está contido em uma área. A população pode ficar tranquila que a situação está nas mãos de especialistas".

A internauta Josilayne Carvalho registrou uma das explosões no local. Por volta das 18h10, uma nova explosão causou correria entre profissionais da imprensa e bombeiros, que precisaram se reposicionar.

 Resfriamento de tanques


O foco dos bombeiros, a partir de agora, é o resfriamento dos tanques que ainda não foram atingidos, afirmou o capitão Palumbo. "Houve evacuação. Durante a tarde, um tanque acabou entrando em colapso e o combustível vazou. Tivemos que mudar de estratégia por causa desse incidente. Nosso trabalho principal é resfriar os tanques para evitar novos problemas", completou.

Segundo os bombeiros, a temperatura média no foco principal do incêndio gira em torno dos 800ºC, o que causou o derretimento de quatro tanques. Por causa do calor, os bombeiros ficam a uma distância de 100 metros do local das chamas para fazer a contenção do fogo. A água não é direcionada para as labaredas, já que o líquido evapora antes de atingir o chão por causa do calor.

Fumaça


O incêndio, que atinge tanques de combustível em uma empresa particular no bairro Alemoa, começou por volta das 10h desta quinta. Durante todo o dia, uma enorme coluna de fumaça preta pôde ser vista por moradores de várias cidades da Baixada Santista.

Por causa do incêndio, a entrada do Porto de Santos, pela Via Anchieta, precisou ser fechada. Os motoristas também encontravam lentidão, por volta das 19h50, na entrada da cidade.

e acordo com a Polícia Militar, os trabalhos realizados pelo Corpo de Bombeiros na área afetada devem durar entre dois e quatro dias, dependendo do progresso realizado pelos profissionais.

Após a primeira explosão, a Prefeitura de Santos informou que 15 pessoas foram atendidas ainda no local, todos homens com superaquecimento do corpo. Três pessoas foram levadas ao Pronto Socorro Central após terem sofrido ainda com crise nervosa e inalação de fumaça.

Moradores contam que uma explosão começou o incêndio e outras foram ouvidas na sequência. O local atingido pertence à empresa Ultracargo.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informa que a área atingida fica fora do Porto e que enviou a sua Brigada de Incêndio da Guarda Portuária para ajudar no combate ao incêndio.

De acordo com a GloboNews, 80 bombeiros trabalham no local, com apoio de 22 viaturas, sendo que oito delas foram enviadas da capital paulista.

 O Corpo de Bombeiros afirma que equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Defesa Civil, da Sabesp e da Polícia Militar acompanham os trabalhos.

Três navios estavam atracados no Porto de Santos e dois foram retirados do local para evitar problemas com possíveis explosões. Uma empresa, que fica a 2 km do local do incêndio, emitiu alerta para os funcionários deixarem a área devido ao risco de serem atingidos por destroços caso haja uma grande explosão.

A Ultracargo informou que a equipe da brigada de incêndio evacuou a área e acionou um plano de ajuda mútua assim que a primeira explosão foi registrada.

A empresa afirma que o incêndio está contido, o que não foi confirmado pelos bombeiros. As causas do acidente serão investigadas assim que a situação for normalizada.

 Testemunha

Um dos funcionários da Ultracargo ouvidos afirma que não há pessoas feridas. Ele conta que estava trabalhando no momento da primeira explosão.

"Eu estava em um dos tanques, no lote 1, quando escutei uma grande explosão. O fogo se alastrou muito rápido e só pensei em sair daqui", diz Anderson Santos da Silva.

Ele trabalha próximo de onde o fogo começou e diz que todos os funcionários saíram do local às pressas. "Todos os funcionários foram liberados na hora, ficando apenas os homens do Corpo de Bombeiros próximo aos tanques", afirmou.

 A empresa

O local onde ocorre o incêndio abriga 175 tanques de capacidade de até 10 mil m³, cada um, em uma área de 183.871 m². A Ultracargo armazena produtos como combustíveis, óleos, vegetais, etanol, corrosivos e químicos.

Em entrevista, o especialista em gerenciamento de riscos Gustavo Cunha Mello disse que os tanques que armazenam esses materiais explosivos são construídos com reforço nas laterais, por isso os recipientes não se desfazem quando ocorre a explosão e evitam que líquidos inflamáveis se espalhem.


 Estradas

Devido ao incêndio, a Ecovias, concessionária que opera o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), bloqueou o acesso ao Viaduto do Alemoa, no Km 64 da Anchieta. Os veículos pesados, que não são autorizados a circular no trecho urbano, deverão aguardar até a liberação da via.

Embora possam fazer o acesso pela Anchieta, os veículos de passeio também estão sendo orientados a chegar a Santos pela Rodovia dos Imigrantes.

O SAI está em Operação Descida (7x3). Para a descida, os motoristas utilizam as duas pistas da Anchieta e a Sul da Imigrantes. Já a subida é realizada pela pista Norte da Imigrantes.

 



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