Fora da prisão, Suzane von Richthofen abre MEI e vende produtos on-line

Suzane von Richthofen deixou a prisão em janeiro após a Justiça de São Paulo conceder a ela a progressão ao regime aberto.

Suzane von Richthofen | Reprodução/TV Vanguarda
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

ISABELLA MENON

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Vinte anos depois do assassinato dos pais, Suzane von Richthofen deixou a prisão em janeiro após a Justiça de São Paulo conceder a ela a progressão ao regime aberto.

Suzane von Richthofen abre loja on-line 

Fora da cadeia, ela abriu um registro de MEI (Microempreendedor Individual) cuja atividade principal é de promoção de vendas especializado na confecção de peças de vestuários. O município que ela declara como sede do negócio é Angatuba, a cerca de 200 km de São Paulo.

Leia Mais

Suzane von Richthofen deixou a prisão em janeiro Foto: Reprodução/TV Vanguarda

Essa é a cidade do empresário Rogério Olberg, que Suzane começou a namorar em 2016. Entre os poucos seguidores da página "Sú Entre Linhas", criada nesta semana no Instagram e atribuída à ex-detenta, está Josiely Olberg, irmã de Rogério e de quem Suzane se aproximou desde o início do relacionamento.

Na descrição, a página afirma que se trata de um comércio de "produtos feios à mão", com sede em Angatuba e monitorado por uma pessoa chamada Josiely, também responsável pelas solicitações e encomendas.

A reportagem entrou em contato por meio do telefone informado, que confirmou que os produtos são confeccionados por Suzane. Nem na página do Instagram nem na troca de mensagens com a reportagem, Josiely informou seu sobrenome.

Além de Josiely, a página também segue páginas como @su_perfeita e @mensagem.de.gratidao. Entre os produtos anunciados estão chinelos customizados que variam entre R$ 150 e R$ 180.

Até a tarde desta quinta (9), a conta já possuía mais de 12 mil seguidores -na terça, eram cerca de 3.000.

Após a repercussão, diversas páginas chamadas "Sú Entre Linhas" surgiram. A conta original postou um Stories (post temporário) para alertar aos seguidores que é a única oficial. Além disso, uma "caixinha de perguntas" foi aberta para os seguidores tirarem dúvidas a respeito dos produtos e confecções.

"Apenas dúvidas relacionadas à loja e à página serão respondidas. Quaisquer outros assuntos serão ignorados", especificou a página. Porém, as questões não se restringiram aos produtos.

Um dos seguidores questionou se Richthofen se envolve pessoalmente pela produção das peças. "Sim", explica a página. "Suzane é responsável pela produção das peças, porém as páginas (insta, face e wpp) são administradas por mim, Josiely."

Entre os comentários dos seguidores estão mensagens que encorajam o negócio de Suzane. "Espero que as vendas estourem e você consiga uma nova vida", diz um seguidor. Outros ironizam com recados como "os preços vão matar a concorrência" e "esse valor tá de matar, vai vender tudo numa paulada só".

O assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, em 31 de outubro de 2002, chocou o país. Na época, Suzane von Richthofen tinha quase 19 anos e era estudante de direito da PUC-SP.

Segundo a investigação, ela abriu a casa para o namorado, Daniel Cravinhos, e um irmão dele, Cristian, golpearem o casal. Inicialmente, a polícia acreditava se tratar de um caso de latrocínio (roubo seguido de morte). Porém, a casa não tinha sinais de arrombamento, e tanto o alarme quanto o sistema interno de vigilância estavam desligados.

Dias após o crime, a compra de uma moto com parte do valor paga em dólares levou a polícia a desconfiar dos irmãos. Suzane, Daniel e Cristian foram presos e confessaram ter planejado e matado o casal.

Suzane foi condenada em 2006 a quase 40 anos de prisão e estava desde 2015 no regime semiaberto, no qual a execução da pena é realizada em colônias agrícolas, industriais ou em estabelecimentos similares.

Já no regime aberto o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.

Também em janeiro, o Ministério Público de São Paulo informou que iria recorrer da decisão que autorizou o regime aberto para Suzane. A defesa dela declarou que o processo corre em segredo de Justiça, e, por isso, é "sigiloso em toda sua tramitação e desdobramentos".



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES