Governo ameaça, mas aulas não começam no Maranhão

Governo ameaça, mas aulas não começam no Maranhão

Governo ameaça, mas aulas não começam no Maranhão | Imirante
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Apesar da press?o que est? sendo feita pelo Governo do Estado para p?r fim ? greve dos professores, com amea?as de exonera??o de milhares de docentes da rede p?blica estadual de ensino e convoca??o de nove mil excedentes dos ?ltimos seletivos simplificados e do ?ltimo concurso p?blico feito pela Secretaria Estadual da Educa??o (Seduc), as aulas ainda n?o foram retomadas. A press?o, neste momento da greve, que caminha para tr?s meses, aumentou a revolta n?o apenas dos docentes como tamb?m dos pais e alunos, que n?o concordam em retomar as aulas com professores substitutos.

As amea?as de exonera??o que v?m sendo feitas aos professores pelo governo serviram apenas para criar uma crise interna entre gestores escolares e Seduc. O estopim dessa crise foi simbolizado pela atitude das diretores Ana Cristina Abreu (do ensino fundamental) e Margarida Mendes (do ensino m?dio) do Centro Integrado Rio Anil (Cintra), que entregaram os seus cargos na ?ltima sexta-feira. Elas alegaram que estavam sendo pressionadas pela Seduc e ?n?o poderiam ficar mais em cima do muro?. Al?m das duas diretoras, h? outros gestores escolares que tamb?m pretendem entregar seus cargos caso o governo n?o recue em insistir na substitui??o dos docentes nomeados que est?o em greve.

Os diretores alegam que est?o em uma ?sinuca de bico?: a maioria n?o concorda com a contrata??o em car?ter tempor?rio de docentes, mas alegam n?o ter outra alternativa que n?o seja cumprir determina?es da Seduc.

?N?s n?o temos muito o que fazer. De um lado, h? os nossos colegas. De outro, existem as determina?es da Seduc. Eu n?o gostaria de prejudicar os meus colegas. Hoje estou diretor. Amanh? n?o se sabe. Por isso, n?o acho interessante fazer essas substitui?es?, contou um diretor de escola, que preferiu n?o se identificar. ?Nessa situa??o, ficamos no fogo cruzado?, admitiu um dos diretores do Cintra, Arnaldo Costa.

Mal Estar

Um outro motivo de mal-estar entre os diretores ? que a Seduc, conforme informa?es do comando de greve, teria obrigado os gestores escolares a distribuir uma lista com o nome de todos os professores que est?o em greve para que eles sejam ?devolvidos? ? secretaria, o que seria o primeiro passo para uma poss?vel exonera??o.

Al?m disso, alguns diretores tamb?m estariam sendo obrigados a amea?ar de demiss?o os professores grevistas que est?o em est?gio probat?rio. ?Mesmo assim, essas medidas n?o enfraqueceram o movimento porque se caracterizam como ass?dio moral. O sindicato dos professores ir? mover a?es contra o governo estadual, j? que os diretores est?o sendo coagidos a fazer isso?, explicou Marcelo Pinto, integrante do comando de greve.

Do outro lado, o an?ncio de que haveria substitui??o dos professores do quadro revoltou ainda mais pais e alunos. No Centro Integrado Rio Anil (Cintra), por exemplo, pais e alunos engrossaram o ato p?blico feito pelos professores contra a implementa??o da lei 8.592/2007, conhecida como ?Lei do C?o?. A aluna do Cintra, J?ssica de Aquino, afirmou que a contrata??o de docentes substitutos e a poss?vel exonera??o dos concursados, como forma de colocar um ponto final ? greve, ir? apenas prejudicar ainda mais os alunos. ?N?o ? desse jeito que se resolve um problema. Eu estou acostumada com a did?tica de um professor e a substitui??o n?o ? a melhor forma de se acabar com a greve. O governo poderia respeitar os alunos, antes de tudo?, analisou a aluna.

J? a comerciante Mistes Carvalho Mequisa, de 54 anos, m?e de Francinilde Carvalho Queir?z, que cursa o 1? ano do ensino m?dio, alega que a contrata??o tempor?ria de professores para acabar com a greve ? um preju?zo ainda maior para os alunos. ?O governo Jackson falou de compromisso com a educa??o. ? dessa forma que ele mostra esse compromisso??, indagou.



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