Homem é resposável por 90% do aquecimento global, diz relatório

90% do aquecimento global acontece nos oceanos, e homem é o responsável

Aquecimento Global | Reprodução
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O nível de CO2 na atmosfera é o mais alto dos últimos 800 mil anos. Mais de 90% do aquecimento global acontece nos oceanos. O período 1983/2012 foi o mais quente dos últimos 800 anos no hemisfério norte. E a interferência do homem no clima do planeta é indiscutível. Essas são algumas das revelações feitas hoje pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, na Dinamarca.

O relatório final, divulgado hoje em Copenhagen, é o quinto produzido desde 1990 pelo IPCC (na sigla em inglês), órgão que reúne mais de 800 cientistas, além de representantes de governos de todo o mundo, para estudar as mudanças climáticas. A seca no sudeste do Brasil é só o mais recente desses desequilíbrios.

"Enfrentar as mudanças climáticas não será possível se cada um só cuidar de seus próprios interesses de maneira independente ", disse Rajendra Pachauri, o presidente do IPCC. Mas se nem em uma cidade em estresse hídrico como São Paulo, governo e cidadãos cooperam para economizar água, conseguiremos colaborar com o clima em escala planetária?

"Nós temos os meios para isso", diz Pachauri. "Tudo que precisamos é a vontade de mudar", disse o presidente do IPCC, que apresentou o relatório ao lado do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do ministro de Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar-Vidal.

Um capítulo inteiro do relatório é voltado para o poder público, com sugestões de políticas públicas que garantem o crescimento econômico promovendo uma economia menos dependente de petróleo e outros geradores de CO2. Os governos estabeleceram a meta de limitar o aquecimento global a 2ºC acima das médias históricas até 2100.

O relatório afirma que para tanto as emissões de CO2 devem parar de crescer em cinco anos. Em seguida, devem começar a cair, diminuindo 70% até 2050, e chegando a zero até 2100. Isso só acontecerá, segundo o IPCC, com a transição para uma economia de baixo consumo de carbono. O petróleo e o automóvel são, nesse sentido, nossos piores inimigos.

"É tecnicamente viável a transição para uma economia de baixo carbono", diz Youba Sokona, do Grupo de Trabalho III do IPCC. "O que falta são políticas e instituições adequadas. Quanto mais esperarmos para agir, mais vai custar para adaptar e mitigar as mudanças climáticas".

O crescimento econômico global não seria afetado com essa mudança. Considerando um aumento médio no consumo de 1,65 a 3% ao longo do século 21, o IPCC conclui que a mitigação do carbono teria impacto negativo de cerca de 0,06%. "Comparado com o risco iminente de impactos irreversíveis da mudança climática, os riscos de mitigação são gerenciáveis", disse Sokona.

Negociações de um novo tratado global sobre o clima, com metas para todas as nações, continuarão sendo perseguidas na COP-20, 20ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece em dezembro deste ano, em Lima, no Peru. Especialistas consideram crítico alcançar um tratado que substitua o finado Protocolo de Kyoto durante COP-21, que acontece no ano que vem, na França.

Um último alerta do relatório do IPCC apresentado hoje: as pessoas e comunidades menos favorecidas em todos os países já começaram a sofrer as piores consequências das mudanças climáticas.

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