Hospitais de Teresina têm presença de várias bactérias super-resistentes

De acordo com o coordenador de controle de infecção do Hospital Getúlio Vargas, alguns tipos de bactérias super-resistentes foram encontrados

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O surgimento de bactérias resistentes a antibióticos em ambientes hospitalares é uma realidade cada vez mais comum em hospitais de todo o Brasil. Em Teresina isso não é diferente e preocupa quem atua nesses locais.

O coordenador do controle de infecção do Hospital Getúlio Vargas, Francisco Eugênio Deusdará, confirma que existem alguns tipos dessas bactérias super-resistentes no HGV e em praticamente todos os hospitais públicos e privados de Teresina.

A superbactéria KPC, uma das mais conhecidas e temidas nos ambientes hospitalares, há alguns anos não é registrada no hospital, segundo o coordenador, mas outros tipos, no entanto, são comuns no local. Ele explica que essa alta incidência se deve, principalmente, ao uso indiscriminado ou uso errado de antibióticos pelos pacientes.

?O aparecimento destas bactérias depende muito dos hospitais, do porte deles e dos pacientes. Aqui no HGV, assim como em outros hospitais da cidade, nós temos bactérias super-resistentes a antibióticos?, garantiu.

Deusdará afirma que a coordenação de controle de infecção do HGV está atenta a essas bactérias e já vem tomando as medidas necessárias para diminuir o risco aos pacientes e a disseminação delas pelo hospital.

Ele afirma que medidas simples como lavar mãos, usar Equipamentos de Proteção Individual são necessárias para prevenir e também para evitar que elas se espalhem pelo hospital.

Existem as bactérias de resistência adquirida e as de resistência natural. ?As de resistência natural são aquelas que já surgem resistentes a alguns antibióticos. Já as outras vão adquirindo essa resistência ao longo do tempo, com o uso indiscriminado de antibióticos?, explicou.

Segundo o coordenador, 70% das bactérias que causam infecção hospitalar já vêm com os pacientes e apenas 30% são do próprio hospital. ?O paciente tem uma bactéria na pele e ela não causa nenhum dano a ele, mas se ela cair na corrente sanguínea, através de alguma ferida, por exemplo, isso se torna um risco e ela pode causar danos à saúde dele?, explicou.

Hospitais devem tomar cuidados com formigas

Um animal, aparentemente inofensivo, mas que leva grande perigo aos hospitais são as formigas. Pesquisas mostram que as formigas podem ser vetoras de microbactérias patogênicas dentro dos hospitais, principalmente pelo fato de elas andarem até 200 metros a partir do seu ninho em um único dia.

O diretor de uma empresa de dedetização e especialista em pragas, Leonardo Araújo, explica que os hospitais precisam ficar mais atentos a estes animais e buscar barrar a entrada e a movimentação deles dentro desses ambientes.

"Por andarem muito, elas acumulam nas suas patas bactérias que adquirem em todos os locais que passam. Elas podem sair desde o lixo do corredor do hospital até os equipamentos de uma UTI, e tudo isso levando bactérias", disse.

Para evitar que elas entrem nesses ambientes, a direção do hospital e os profissionais precisam seguir algumas medidas, que vão desde manter o hospital limpo até colocar telas de proteção para impedir que os animais entrem no local.

"Nós falamos nos quatro As, acesso, abrigo, água e alimento. O acesso dessas formigas deve ser barrado com ambientes limpos e estruturas de proteção. Não deve oferecer abrigo a elas, não mantendo espaços como em cerâmicas, por exemplo.

Quanto ao alimento, o hospital tem que tratar seu lixo de forma adequada, mantendo sempre os sacos fechados e nunca em espaços abertos. No que se refere à água, deve-se evitá-la, sobretudo aquela que fica pingando nos ares-condicionados", encerrou.

Bactérias super-resistentes podem levar à morte

As bactérias super-resistentes podem levar o paciente à morte, caso não seja controlada. A pós-doutora em microbiologia da Universidade Estadual do Piauí, Francisca Lúcia de Lima, explica que esses micro-organismos são muito perigosos e podem levar mais ou menos risco de morte ao paciente de acordo com a saúde dele no momento do contato com a bactéria.

Ela explica ainda que crianças, com a imunidade ainda em formação, e idosos, que geralmente têm uma imunidade mais baixa, são os alvos mais suscetíveis a complicações causadas por esses micro-organismos. "Eles são os alvos mais fáceis, mas mesmo com uma baixa imunidade, se eles tiverem com uma boa saúde, não serão tão afetados", disse.

Outro fator que também influencia é o tempo de permanência desse paciente nos hospitais, sem os cuidados necessários para evitar a contaminação por esses micro-organismos. "Quanto mais tempo o paciente ficar no hospital, mais probabilidade ele terá de pegar uma bactéria desse tipo", pontuou.



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