Idosos com esquema vacinal incompleto são maiores vítimas da Covid-19

A maior parte dos pacientes que dependem de Unidade de Terapia Intensiva estão com o esquema vacinal incompleto, apontam os médicos

Caubi Medeiros, médico cardiologista, a vacinação é indispensável | Divulgação
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Por Lucrécio Arrais

O alerta é claro. A vacinação contra a Covid-19 evitou muitas mortes. E as internações no Piauí seguem a tendência nacional: a maior parte dos pacientes que dependem de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão com o esquema vacinal incompleto, apontam os médicos. O risco assumido por muitas pessoas, que preferem não tomar a vacina, pode ser fatal.

Por outro lado, muita gente não teve tempo de tomar o imunizante, que no Brasil é oferecido com as marcas AstraZeneca, Coronavac, Janssen e Pfizer. Foi o caso do empresário Roberto Broder, que faleceu aos 73 anos, uma semana antes de ter direito ao imunizante.

Roberto não conseguiu tomar a vacina - Arquivo pessoal Roberta Broder

Dias dificeis

Roberta Broder, filha de Roberto, lembra os dias difíceis.

 "Em 2021, quando começou a vacinação, em março mais ou menos, eu, minha mãe e meu pai pegamos Covid. Mas meu pai, mesmo com todos os sintomas, não dava positivo. Ele foi internado dia 14 e no dia 28 de março ele faleceu", lembra Roberta Broder, filha do empresário.

O empresário também foi vice-prefeito de Parnaíba e diretor-presidente da Empresa de Turismo do Piauí (Piemtur). "O Covid atacou os rins, foi preciso fazer hemodiálise, ele teve duas paradas cardíacas. Na terceira ele não resistiu. Mesmo ele tendo todo o suporte necessário, de médicos, de tudo", lembra.

A advogada afirma que o destino do pai poderia ser outro sem o atraso da chegada das vacinas ao Brasil

"Quando ele faleceu, faltava uma semana para ele se vacinar. Se ele tivesse tomado a vacina antes, essa história poderia ser diferente. Esse atraso da vacinação foi uma grande irresposabilidade", define Roberta.

Vacinação é indispensável

Para Caubi Medeiros, médico cardiologista responsável pela UTI do Hospital Getúlio Vargas (HGV), em Teresina, a vacinação é indispensável. "Vemos uma predominância, em nossas UTIs, de pacientes idosos, com comorbidades, alguns casos com vacinação ausente e, dentre os vacinados, a maioria com esquema vacinal incompleto", revela.

O médico afirma que o processo de vacinação foi essencial para evitar mais mortes. O imunizante foi fator decisivo para evitar que mais pessoas chegassem a casos graves da doença.

Dr. Caubi lembra a importância da vacina - Divulgação

 "Com a vacinação foi possível observar uma queda significativa no número de óbitos, principalmente, na faixa etária economicamente ativa, além também do número de internações em UTI", explica.

Mesmo, não impedindo a infecção, principalmente de algumas cepas, como a Ômicron, o que se observa é uma tendência a casos mais leves nos pacientes com esquema vacinal completo. "A gravidade, nestes casos, relaciona-se a quando o paciente tem outras doenças associadas", aponta Caubi.

O médico defende que as vacinas não devem ser "boicotadas" pela população. 

"As vacinas contra a Covid-19 disponíveis são seguras e eficazes. Portanto, a vacinação em massa é a única forma de acabar com a pandemia mais rápido e com menor mortalidade. Neste caso, é de extrema importância garantir o seu acesso no mundo todo", alerta.

Ômicron: variante causa casos graves

O médico Caubi Medeiros afirma que é uma ilusão pensar que a variante Ômicron não produz casos graves e óbitos. "Ela produz, sim. Além disso, pela alta contagiosidade, acaba adoecendo mais pessoas, mesmo que de forma leve, provocando grande impacto na saúde e economia do país, de forma direta e indireta. Podemos citar o grande aumento de profissionais de saúde afastados por síndrome gripal, o que é extremamente preocupante", conta.

As vacinas são  um meio de proteção da população - Divulgação

Tecnologia

Nesse cenário, as vacinas e a tecnologia se provaram essenciais e fazem a diferença. 

"Além disso, adicionalmente, de um efeito teórico de imunidade de rebanho, provocado pela percentagem alta da população contaminada por uma variante teoricamente menos 'virulenta' como a Ômicron, que já tende a se tornar predominante no mundo e no nosso país", pontua.

O médico afirma que a pandemia ensinou muitas lições, como valorizar a ciência e as instituições de pesquisa e a saúde pública. "Valorizar a humanização na saúde e nas relações interpessoais, o afeto. Além de aprendermos a melhorar nossos hábitos de higiene e de nos adaptarmos a um novo formato de vida, onde a maior parte das nossas atividades foram feitas à distância", finaliza.

Hospitais foram adaptados para atender população na pandemia - Divulgação



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