Instituto contabiliza 126 cágados de barbicha atropelados em Teresina

26 animais conseguiram ser resgatados pelo ICB

Cágados são frequentemente atropelados | Raíssa Morais
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O Instituto Cágado de Barbicha (ICB) contabilizou 126 animais da espécie mortos por atropelamento de dezembro de 2018 até o presente momento. A entidade conseguiu resgatar 26 animais, mas é percebida a diminuição severa dos cágados dentro da zona urbana da capital. De acordo com levantamento dos ambientalistas, cerca de 40% dos condutores atropelam os animais de propósito.

Jacqueline Lustosa mostra cágado resgatado. Crédito: Raíssa Morais.

Diante deste panorama crítico, o ICB realizou uma blitz no último sábado (16) na região do Encontro dos Rios, com a finalidade de conscientizar os cidadãos a respeito da importância dos cágados para o equilíbrio da fauna de Teresina. “A gente fez essa blitz em caráter de urgência, e ela foi muito movimentada. A travessia dos animais está diminuindo porque há muito tempo eles vêm sendo atropelado. O número dos animais mortos cresceu muito. São 126 mortos de dezembro para cá. Conseguimos resgatar 29 cágados”, contabiliza Jacqueline Lustosa, ambientalista e presidente do Instituto.

Pedaços dos animais são encontrados facilmente em vias do Poti Velho. Crédito: Raíssa Morais.

Estes animais podem desaparecer de Teresina. “Os cágados estão em estado de alerta, de atenção, e podem sumir da cidade. Mais tarde eles podem desaparecer, como os tejos, um lagarto que já sumiu da região do Poti Velho. Todo mundo que mora ali ao redor sabe que a população desses cágados está morrendo”, considera Jacqueline Lustosa.

Os animais atravessam a pista em busca de alimentação e temperaturas mais amenas. “Esses animais atravessam a pista atrás de comida, principalmente fêmeas e filhotes. Eles buscam restos de comidas que as pessoas jogam pela janela do carro. Além disso, tem a questão do aquecimento. A pista é mais quente que o mato. No caso do cágado, que tem a mesma cor da pista, eles terminam sendo atropelados. Mas tem motorista que atropela de propósito, diria uns 40%. E esses animais controlam a limpeza dos rios, comendo restos de outros animais mortos e aguapés”, revela a ambientalista.

Pedaço de casco encontrado em via da zona Norte. Crédito: Raíssa Morais.

Este é um período crítico, pois representa o pós-desova dos cágados. “No final do ano os filhotinhos dos cágados eclodem dos ovos. Mas infelizmente sabemos que alguns pescadores usam filhotes como isca. Já encontramos vários pedaços de cágados enrolados em anzol. Também alertamos sobre isso, porque não faz sentido um animal desse virar isca. Sem filhotes, a espécie não continua”, acrescenta Lustosa.

Outros animais também estão em risco

Capivaras, soins, iguanas, tejos. São muitos os animais que estão na mira das rodas em Teresina. Na Universidade Federal do Piauí (Ufpi), por exemplo, existe uma família de capivaras, onde um dos filhotes foi atropelado e morto na pista que liga o CT ao Setor de Esportes no início deste mês de março. A reportagem do Jornal Meio Norte já havia flagrado estes animais.

Capivaras encontradas na Ufpi. Crédito: Leo Vilari.Este é apenas um exemplo de como outras espécies também correm risco na cidade, que ainda não dispõe de uma sinalização adequada nas pistas. “São muitos animais que fazem essa travessia. Encontrei um ninhal de iguanas perto do Setut, em pleno Centro de Teresina. Existem capivaras em toda a zona urbana. Tanto na zona Leste como na zona Norte. Onde tem área de vegetação e lagoas, há animais. No jockey tem muitos soins que acabam morrendo com a eletricidade dos fios. É preciso uma preocupação maior”, avalia a ambientalista Jacqueline Lustosa.

O ICG busca os órgãos públicos para resolver a situação. “Estou pedindo ao secretário a sinalização de animais silvestres dentro da zona urbana. Ele gostou da ideia e pediu para que eu fizesse uma apresentação ao Conselho de Meio Ambiente. Também estamos conversando com DNIT para sinalizar a BR-343, onde há mais atropelamentos”, finaliza a presidente do Instituto.



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