Bombardeio mata ao menos 60 civis na cidade de Hama, na Síria

Vítimas faziam fila em frente a padaria em Hama, segundo militantes.

Imagem divulgada pela oposição síria mostra feridos sendo socorridos após bombardeio neste domingo (23) na província de Hama. | AFP
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Pelo menos 60 civis morreram neste domingo (23) em um bombardeio próximo a uma fila de espera diante de uma padaria numa localidade rebelde na província síria de Hama, segundo a oposição ao regime do presidente Bashar al-Assad.

O exército da Síria atacou Halfaya pelo ar, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Militantes afirmaram à France Presse que o bombardeio atingiu uma padaria.

Há mulheres e crianças entre os mortos, e a cifra pode subir, pois há pelo menos 50 feridos graves.

Os comitês de militares explicaram que Halfaya enfrenta uma verdadeira crise humanitária com a falta de pão, provocada pelos ataques das tropas do governo, e que dezenas de pessoas se reuniram em frente à padaria no momento do ataque depois de vários dias sem o alimento.

Em um vídeo postado por ativistas, é possível ver muitos corpos entre os escombros de um edifício destruído.

Um homem carrega em suas costas uma mulher ensanguentada, enquanto o cinegrafista diz: "Olha, mundo, olha, o massacre de Halfaya".

Em 30 de agosto, a organização Human Rights Watch acusou as tropas do regime de cometer crimes de guerra, ao lançarem em três semanas bombas em pelo menos 10 padarias de Aleppo, no norte do país.

Segundo a ONG, que visitou seis dessas padarias e entrevistou testemunhas, os ataques contra as filas na entrada das padarias já causaram a morte de dezenas de civis, incluindo 60 pessoas no distrito de Askar Qadi, em Aleppo, em 16 de agosto.

Enviado

O emissário internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, chegou neste domingo à Damasco para tentar mais uma vez chegar a uma solução para o conflito.

Diferentemente do que ocorreu nas visitas anteriores, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe entrou na Síria por via terrestre, partindo do Líbano, já que os combates atingiram os arredores do aeroporto internacional de Damasco.

Antes da chegada de Brahimi, o ministro sírio das Relações Exteriores, Omrane al-Zohbi, havia assegurado que não havia sido informado desta visita.

O ministro apelou para o diálogo entre sírios a nível nacional e acusou a Turquia e o Qatar de apoiar os rebeldes, que o regime assimila à terroristas.

A oposição impõe como pré-condição para qualquer negociação a saída do presidente Bashar al-Assad.

Em sua última visita, do dia 19 ao 24 de outubro, o emissário se reuniu com o presidente Assad e com outros líderes nacionais.

Na ocasião, ele negociou a aplicação de um cessar-fogo para a festa muçulmana do Eid al-Adha no final de outubro. A trégua nunca foi respeitada.

Esta visita ocorre 21 meses após o início de uma contestação popular, que se transformou em conflito armado e que já causou a morte de 44 mil pessoas, sem sinais de uma possível solução.

A Otan relatou o disparo de mísseis Scud pelo Exército sírio, enquanto os islamitas ganham força dentro da rebelião.

No plano diplomático, as divisões continuam sobre uma resolução para a crise, principalmente no Conselho de Segurança da ONU, onde Moscou e Pequim vetam qualquer resolução condenando Damasco.

Além das dezenas de mortos de Halfaya, outras 49 pessoas morreram, segundo um balanço provisório do OSDH.

De acordo com esta ONG que se baseia em uma grande rede de militantes e médicos civis e militares em toda a Síria, 117 pessoas morreram no sábado, entre elas 53 soldados e 35 rebeldes.



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