Tremor: Polícia encontra mais de 200 corpos em praia do Japão

Na cidade, edifícios ficaram em chamas, o aeroporto, no distrito de Miyagi, foi fechado depois de ser inundado

Caos no Japão | Divulgação
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Segundo informações da agência de notícias japonesa Jiji Press, entre 200 e 300 corpos foram encontrados pela polícia em uma praia de Sendai, uma das cidades mais afetadas pelo terremoto que atingiu o Japão nesta sexta-feira (11).

Para a polícia, tratam-se de corpos de moradores que podem ter morrido afogados pelas ondas de até 10 metros que invadiram a cidade, de acordo com informações da agência Kyodo.

Na cidade, edifícios ficaram em chamas, o aeroporto, no distrito de Miyagi, foi fechado depois de ser inundado com carros e demais veículos que estavam nos arredores durante o tremor, e as estradas estão repletas de lamas. O governo enviou barcos da Força Naval do país para a área.

O terremoto de 8,8 pontos na Escala Richter -- inicialmente, a agência de metereologia japonesa informou que o tremor havia alcançado 8,9 pontos, informação corrigida depois -- deixou pelo menos 288 mortos e 349 desaparecidos, segundo o último balanço divulgado pela polícia.

O terremoto gerou um tsunami que invadiu cidades da costa leste do Japão com ondas de até 10 metros que arrastaram barcos de pesca e outras embarcações pelas cidades. Vários veículos e casas foram submersos pelas ondas.

Um trem de passageiros da empresa East Japan Railway Co. está desaparecido, segundo informou a agência japonesa Kyodo. O trem estava perto da estação de Nobiru, no percurso que liga Sendai a Ishinomaki, no momento do terremoto.

As comunicações no Japão estão prejudicadas. Os celulares estão funcionando com limitações e a telefonia fixa, em Tóquio, com alguma irregularidade.

O metrô da capital japonesa foi paralisado, os carros detidos nas estradas, os aeroportos foram fechados e os prédios foram evacuados entre sons das sirenes e chamadas à evacuação.

A refinaria de petróleo Cosmo, na cidade de Chiba, perto de Tóquio, pegou fogo, com as chamas de até 30 metros de altura. Incêndios em refinarias de outras cidades também foram reportados.

De acordo com agências de notícias, este é o maior tremor que atinge o país em sete anos, e o 7º maior na história, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Já a Agência de Metereologia Japonesa afirmou que este foi o terremoto mais forte registrado no Japão.

Após o tremor, a cidade de Tóquio foi atingida por uma forte réplica de magnitude 6,7 na Escala Richter. A princípio, o terremoto foi considerado de 7,9 pontos e, posteriormente, de 8,8 pontos pelo Departamento de Pesquisas Geológicas dos EUA.

As vítimas do terremoto incluem um homem de 67 anos, esmagado por uma parede, e uma idosa, atingida pelo teto da própria casa, que desabou, ambos na região de Tóquio. Outras três pessoas morreram soterradas dentro de casa em Ibaraki, a nordeste da capital, segundo informações da Agência de Gerenciamento de Desastres e Incêndio.

O epicentro do terremoto foi registrado a 400 km de Tóquio, a uma profundidade de 32 km. Os primeiros tremores foram identificados às 14h46 (2h46, horário de Brasília).

O último terremoto de grandes proporções registrado no Japão aconteceu em 1932, em Kanto. O tremor de magnitude 8,3, matou 143 mil pessoas, segundo o USGS. Em 1996, um tremor de magnitude 7,2, em Kobe, deixou 6.400 mortos.

Cidades abaladas

O terremoto abalou prédios em Tóquio e fez com que as autoridades emitissem um alerta sobre tsunamis, avisando que as ondas podem atingir até 6 metros de altura. O sismo provocou 14 incêndios em edifícios da capital japonesa.

O fornecimento de energia elétrica foi interrompido em Tóquio e regiões vizinhas, afetando cerca de 4 milhões de residências. Por precaução, prédios foram evacuados.

Imagens do canal de televisão NHK registraram fumaça saindo de um prédio em Odaiba, bairro de Tóquio, logo após os tremores. O mesmo canal exibiu outra reportagem na qual carros e barcos foram varridos na prefeitura de Fukushima, após o tremor.

Diversas pessoas ficaram feridas na queda do telhado de um edifício no centro de Tóquio onde 600 estudantes participavam de uma cerimônia de entrega de diplomas, de acordo com os bombeiros.

O serviço de trem-bala para a região norte do país foi suspenso e as atividades do aeroporto Narita, em Tóquio, estão interrompidas. Outras fontes dizem que o serviço de trens e aviões não está funcionando ?em grande parte do país?, segundo as agências de notícias.

Outras imagens mostram o nível da água subindo rapidamente na cidade costeira de Miyako, na prefeitura de Iwate. Dezenas de carros estavam boiando nas águas do porto e vários barcos estão à deriva. O parque de diversões Disney de Tóquio também ficou inundado por causa do tsunami.

Estado de emergência nuclear

O governo do Japão emitiu um estado de emergência na usina nuclear de Fukushima devido a uma falha no seu sistema de resfriamento registrado após o tremor que atingiu a costa leste e foi seguido de um tsunami. O governo mandou evacuar 2.000 pessoas que residem nos arredores da usina.

O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou que o terremoto causou "maiores danos" no nordeste do país, mas que as instalações de energia nuclear na área não foram atingidas e não há risco de vazamento de material radioativo. O chefe de gabinete Yukio Edano afirmou que o estado de emergência foi uma precaução.

Em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que as quatro usinas nucleares japonesas situadas perto da área atingida pelo terremoto foram fechadas por segurança.

A agência de notícias Kyodo disse que um incêndio ocorreu na usina nuclear Onagawa, da Tohoku Electric Power Company, no nordeste do Japão após o terremoto.

Em outro incidente, a província de Fukushima, local de uma usina nuclear da Tokyo Electric Power, disse nesta sexta-feira que o sistema de resfriamento do reator estava funcionando, negando uma informação anterior de que a instalação teve problemas.

Segundo nota da Embaixada do Brasil em Tóquio, não há notícias de brasileiros feridos pelo terremoto. Hoje, cerca de 260 mil brasileiros vivem no Japão. Ainda segundo a embaixada, a área nordeste do Japão, que foi mais atingida pelo tremor, tem um número reduzido de cidadãos brasileiros.

A embaixada também informa que está trabalhando em regime de plantão e disponibilizou um endereço de email e um telefone para maiores informações:

Email da Embaixada: comunidade@brasemb.or.jp

Telefone para casos de emergência:00 xx 81 3 3404-5211

Tremores

A região onde se encontra o Japão foi atingida por outros terremotos durante a semana. Na quarta-feira, a costa norte do país foi atingido por um terremoto de 7,3 pontos localizado no Oceano Pacífico, que não deixou danos. Um dia depois, várias réplicas, a maior delas com magnitude de 6,8 pontos na escala Richter, voltaram a sacudir a costa nordeste do Japão.

Terremotos são comuns no Japão, o país que registra a maior atividade sísmica. O país está localizado em uma área chamada de "Anel de Fogo", região onde ocorrem 90% dos tremores de todo o mundo.

O Japãp contabiliza cerca de 20% dos terremotos do mundo com magnitude acima de 6 pontos na escala Richter.



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