Intérpretes levam informações sobre Covid-19 a surdos

Mesmo com conteúdos escritos, nem todos os surdos apresentam um bom domínio na leitura da Língua Portuguesa

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Atualmente, informações essenciais sobre a pandemia da Covid-19 são amplamente divulgadas em meios televisivos, impressos e digitais. No entanto, dentro desses meios, os brasileiros surdos sentem a necessidade de uma abordagem na Língua Brasileira de Sinais (Libras).  Diante da ausência de materiais informativos para essa comunidade, a Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio da Coordenação Geral dos Curso de Letras-Libras, decidiu produzir vídeos informativos sobre o Coronavírus em Libras.

A elaboração do material contou com a participação de profissionais da Coordenação de Libras, da equipe de nove intérpretes de Libras e de um técnico do Laboratório de Edição de Vídeo da UFPI.

“A comunidade surda enfrenta dificuldades de obter informações não só sobre essa questão, mas de uma maneira geral, ou por essas notícias serem transmitidas apenas na forma oral sem nenhuma legenda, janela de interpretação ou então em português”, explica Ádila Araújo, professora da Coordenação do Curso de Letras-Libras.

De acordo com Ádila, mesmo com conteúdos escritos, nem todos os surdos apresentam um bom domínio na leitura da Língua Portuguesa, já que a língua de sinais é a língua materna dessa comunidade. 

Considerando que as atividades dos intérpretes são institucionais, a produção do conteúdo em Libras começou com a tradução das informações que a UFPI disponibilizou no site coronavirus.ufpi.edu.br, na parte de perguntas e dúvidas frequentes.  

“Como o trabalho é voltado apenas para a comunidade acadêmica, a gente tem uma das partes sobre funcionamento dos locais e também optamos pela tradução do que vai surgindo nos canais da universidade, não só para atingir o público interno de surdos. Como essa é uma temática geral, resolvemos também levar informação aos surdos que são externos à UFPI” falou. 

Atualmente a equipe que leva informações em Libras para a comunidade faz o trabalho de casa, produzindo os vídeos e encaminhando para o técnico realizar a edição. Heron Ferreira, tradutor e intérprete de Libras, informou que os conteúdos são atuais e emergenciais. “A UFPI tem esse papel de trazer e levar esses conteúdos em outras línguas. O surdo tem uma necessidade da língua diferente da minha, que sou ouvinte. Ele tem essa necessidade linguística na língua de sinais e por ser um falante natural da língua, precisa desses conteúdos e também de qualquer área”, destaca.

Até agora, são mais de 10 vídeos informativos sobre o coronavírus disponibilizados aqui. “O serviço que a gente presta é algo que deveria  ser comum e rotina em qualquer espaço da sociedade. Temos uma comunidade de minoria linguística no país que tem uma língua reconhecida. Existem leis que asseguram esse acesso à informação e ainda hoje há esse problema na falta de informações ou de veiculação de informações de qualidade para esse público”, enfatiza Ádila, que acrescenta que o acesso à informação é fundamental  para qualquer cidadão, principalmente na atual situação que, em muitas vezes, o risco da contaminação pode ser agravado pela falta de informação ou de informação de qualidade.



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