Irmão de empresário morto no México faz contato com a família

Na ocasião, um primo dele disse que ele caiu ou foi jogado do 12º andar de um hotel em Playa del Carmen, próximo a Cancún

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O empresário catarinense Fernando Silva, 33, que estava desaparecido desde domingo (11), está vivo. Segundo parentes e amigos, ele telefonou para a família em Jaraguá do Sul (182 km de Florianópolis) na tarde desta segunda-feira (12). Ele disse aos interlocutores que ainda estava escondido de pessoas que supostamente teriam sido responsáveis pela morte do irmão, o engenheiro Dealberto Jorge Silva, 35, encontrado morto no México no domingo.
Fernando não disse onde estava nem quem o ameaça, mantendo o mistério que dura desde que o irmão foi achado morto. Na ocasião, um primo dele disse que ele caiu ou foi jogado do 12º andar de um hotel em Playa del Carmen, próximo a Cancún.

Entretanto, a polícia mexicana informou que ele estava em outro local quando foi encontrado. Na versão oficial, Dalberto estava numa festa privada, num condomínio residencial no centro de Playa del Carmen. Testemunhas o teriam visto embriagado, caminhando na mureta de uma sacada --de onde teria caído da altura de 13 metros para o solo, sofrendo traumatismo craniano.

Ele foi encontrado pouco depois da meia-noite de domingo pela Polícia Turística e recolhido pelo Semafo (Serviço Médico Forense).

Só então a polícia mexicana foi ao hotel onde ele estava hospedado, o La Reina Roja, em busca de amigos para confirmar sua identidade. Quando caiu, Dealberto estava com o passaporte do irmão Fernando, o que levou a uma pequena confusão, logo desfeita pelas autoridades.

Queda

O jornal digital Diário Respuesta Quintana Roo divulgou na tarde desta segunda uma foto supostamente de Dealberto, já morto, vestido de negro, com o corpo encolhido, numa escada. Na legenda, afirma que ele teria morrido ao tentar pular de uma sacada para outra, no mesmo edifício mencionado pela polícia mexicana, supostamente "embriagado e sob influência de drogas". Não foi possível confirmar a autenticidade da foto.

As ligações de Fernando de hoje foram curtas e confusas, mas a identidade dele foi confirmada pelos familiares.

Segundo um primo que participa das conversas com o Itamaraty, a polícia mexicana ainda trabalha com a hipótese de que Fernando tenha sido sequestrado e esteja em cativeiro, portanto sem poder falar mais do que alguma fala ensaiada. O Itamaraty não tem mais informações do que aquelas repassadas pela polícia do país.

Na tarde de hoje a página de Dealberto foi retirada do Facebook, depois que dezenas de amigos enviaram mensagens de pêsames.

Em uma mensagem pelo aplicativo Whatsapp, divulgada pela família, gravada pouco antes de morrer, o engenheiro disse que passava perigo.

O áudio foi passado para amigos de um grupo fechado do aplicativo. O teor da mensagem: "Irmão, eu estou para ser sequestrado por aquela amiga do Marchetti, a russa. Tem muita gente, está muito estranho, e avise a polícia federal, alguma coisa assim, cara. Eu estou passando na frente do Hotel The Royal, em Cancún, Playa del Carmen,  está todo mundo me olhando. Já está vindo carro, já deu coisa estranha. Muito estranha. Entendesse? Então, só avisa a imigração de problemas, por favor. Avisa a polícia. Muito estranho".

Segundo familiares, os perseguidores a que Dealberto se referiu e que mais tarde foram mencionados por Fernando,  seriam pessoas ligadas a uma modelo russa conhecida apenas pelo nome de Katherine, amiga de um companheiro de viagem, um empresário de Blumenau (SC) do qual se sabe apenas o sobrenome, Marchetti.

Na versão da família, Katherine seria namorada de um narcotraficante mexicano, teria tentado fugir dele e ficado com Dealberto.

Depois da confirmação da morte de Dealberto, no domingo, o irmão Fernando ligou para a casa dos pais pela primeira vez. Disse à família que estava sendo perseguido por desconhecidos e correndo perigo. A ligação, truncada, caiu sem conclusão.

A retomada das ligações nesta segunda serviu para animar um pouco a mãe, dona Marina Leier, e o pai, também chamado Dealberto - os dois passaram a primeira noite sob sedativos.

Os dois irmãos eram bem-sucedidos empresários do setor elétrico, como investidores de pequenas hidrelétricas no interior catarinense. Estavam no México para participar do casamento de um amigo, em Cancun, no início do ano, esticando férias.

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