Jair Bolsonaro diz que vai à ONU 'nem que seja de cadeira de rodas'

A Assembleia Geral da ONU está marcada para começar no dia 20 de setembro, em Nova York.

| Adriano Machado / Reuters
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (2) que participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) "nem que seja de cadeira de rodas". O presidente disse que pretende falar no evento sobre a Floresta Amazônica.

Bolsonaro passará por uma cirurgia no domingo (8) para corrigir uma hérnia (saliência do tecido) que surgiu no local onde ele fez três intervenções em decorrência da facada sofrida durante a campanha eleitoral do ano passado. Os médicos estimam que o presidente deve ficar 10 dias de repouso. A Assembleia Geral da ONU está marcada para começar no dia 20 de setembro, em Nova York.

"Eu vou comparecer à ONU nem que seja de cadeira de rodas, de maca, vou comparecer. Porque eu quero falar sobre a Amazônia. Mostrar para o mundo com bastante conhecimento, com patriotismo, falar sobre essa área ignorada por tantos governos que me antecederam", afirmou Bolsonaro na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou na semana passada que a Amazônia deverá ser um dos temas abordados na Assembleia-Geral. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) o mês de agosto teve o maior número de focos de queimada dos últimos nove anos. Para a Agência Espacial Norte-Americana, 2019 é o pior ano de queimadas na Amazônia desde 2010.

O alastramento do fogo e as imagens da destruição da floresta geraram uma crise para o governo Bolsonaro, que recebeu críticas dentro e fora do Brasil com relação a sua política ambiental. Uma das principais vozes contra a postura do governo foi a do presidente da França, Emmanuel Macron. Ele chegou a afirmar que Bolsonaro mentiu sobre compromissos com a preservação da floresta e com o acordo do clima de Paris.

Em resposta a Macron, Bolsonaro sugeriu que o líder francês tem interesses econômicos na Amazônia e que as potências mundiais ameaçam a soberania do Brasil na região. O presidente recusou US$ 20 milhões do G7 (grupo de sete das mais desenvolvidas economias do mundo), oferecidos por Macron para ajudar no combate às queimadas.

Nesta segunda, ao sair do Alvorada, Bolsonaro voltou a afirmar que, na opinião dele, há uma ameaça à soberania brasileira na Amazônia.

"Ela (Amazônia) foi praticamente vendida para o mundo. Eu não vou aceitar esmola de país nenhum do mundo a pretexto de preservar a Amazônia. Mas, na verdade, está sendo loteada e vendida”, argumentou o presidente.

Adriano Machado / Reuters 

Assembleia Geral

A Assembleia Geral é um dos principais órgãos da ONU. Foi estabelecida em 1945 e é o único colegiado da entidade em que cada país-membro tem um voto – são 193, no total.

As nações discutem temas como desenvolvimento, paz, segurança, leis internacionais etc. Entre as funções da Assembleia Geral estão estabelecer metas e recomendar políticas desses temas. Em setembro, realiza-se o encontro anual em Nova York.

Desde 1955, o presidente do Brasil faz o primeiro discurso. Essa é uma tradição, não há uma regra que estabeleça a obrigação. Trata-se de um reconhecimento pelo papel de um diplomata brasileiro, Oswaldo Aranha, na fundação da ONU e a adesão do país à entidade. O Brasil foi a primeira nação a integrar o órgão multilateral.

Aprovação do governo

Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre a pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (2) pelo jornal "Folha de S.Paulo".

De acordo com o instituto, 38% dos entrevistados reprovaram o governo (avaliaram como ruim/péssimo) e 29% aprovaram (avaliaram como ótimo/bom).

O Datafolha afirmou que a reprovação ao governo cresceu na comparação com pesquisas anteriores. Era de 30% de ruim/péssimo em abril e 33% em julho.

Questionado sobre os motivos da alta, o presidente respondeu: “Alguém acredita no Datafolha? Você acredita em Papai Noel?”

Ainda de acordo com o Datafolha, o desempenho do governo Bolsonaro para combater a devastação e as queimadas na Amazônia é visto como ruim ou péssimo por 51%. Além disso, 66% dos entrevistados afirmam que o Brasil deveria aceitar dinheiro de outros países para combater o desmatamento na região.



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