Lar da Esperança é apoio e acolhimento para pessoas com HIV/Aids

Símbolo de solidariedade e combate ao preconceito, em Teresina, o Lar da Esperança atende pessoas com HIV/Aids de toda a capital

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Símbolo de solidariedade e combate ao preconceito, em Teresina, o Lar da Esperança, criado pela teresinense Graça Cordeiro, atende pessoas com HIV/Aids de toda a capital. Essa história começa em 1989. 

Em uma pequena sala de um escritório de contabilidade no Centro de Teresina, Graça buscava saber mais sobre o HIV/Aids. A doença, ainda pouco conhecida, era cercada por preconceito e falta de informação, além de dificuldades no tratamento.

Dona Graça fundou o Lar da Esperança em 1989 (Foto: Raissa Morais)

Com o diagnóstico, pessoas eram expulsas de casa, perdiam o emprego e enfrentavam, além da penúria provocada pela doença, a cruel exclusão social. Em meados de 1989, enquanto Graça Cordeiro buscava conversar com médicos sobre a doença, um homem magro e pálido bateu à sua porta pedindo duas coisas: abrigo e comida.

"Ele tinha saído muito jovem para morar em São Paulo. Quando descobriram que ele estava com o vírus, demitiram o rapaz. Ele também não quis ficar em casa com a avó porque tinha medo de transmitir a doença. Foi à procura do pai, mas a madrasta o expulsou da residência", contou.

Para ela, era impossível deixar uma vida sem apoio. Decidiu pagar um hotel por alguns dias e logo depois o homem passou a frequentar seu escritório no Centro da capital. 

Lar da Esperança acolhe pessoas com HIV (Foto: Raissa Morais)

Enquanto campanhas do Ministério da Saúde, já nos anos 90, reforçavam temores, rotulando portadores de HIV como pessoas fadadas à morte, Graça tentava elevar a autoestima das pessoas ao incentivar o tratamento e a esperança na vida.

Ela recorda que acabou ficando conhecida pela comunidade e passou a abrir as portas do seu escritório para mais gente. "Naquela época, a pessoa com HIV ficava muito magra, com cores diferentes. Quando chegava algum cliente no prédio, os meninos com Aids se escondiam. Era muito medo, vergonha da doença", relata.

Com o passar do tempo, a contadora viu colegas do prédio abandonarem as salas vizinhas. Não demorou a chegada do "convite" sugerindo que ela se retirasse do local. Até dentro de casa, Graça sentia o peso da discriminação. Porém, mesmo em meio aos olhares e comentários difamatórios, sua ação começava a ser vista e valorizada.

Espaço atende atualmente 200 pessoas

Depois de treze anos ocupando o prédio de forma improvisada, o Lar da Esperança finalmente encontrou seu lugar. No ano de 2002, a Prefeitura de Teresina construiu a sede em um terreno doado pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

O espaço deu vida a uma grande casa arejada com dormitórios, cozinha, refeitório, uma grande área decorada com uma diversidade de plantas. "Eu pensei numa casa que não tivesse portas. Pensei no espaço com comida para qualquer um que tivesse com fome, um lugar para dormir, uma ajuda", relata.

Lar da Esperança acolhe pessoas com HIV (Foto: Raissa Morais)

Todos os dias, Graça acorda três horas da manhã para cuidar da sua grande família. Atualmente, aproximadamente 200 pessoas recebem ajuda do Lar da Esperança. Conversa, local para dormir, colo de mãe e fé nunca faltam. "Eu tenho muita ajuda, agradeço muito por isso. São muitos voluntários, mão tenho o número certo. Mas queria pedir para que as passoas venham conhecer a casa, entrar, ver as plantas, doar", convida Graça Cordeiro.

População pode ajudar a amparar vidas

Para ajudar o Lar da Esperança a amparar vidas, é possível realizar entregas de doações. O casa fica localizada na Avenida Capitão Vanderley, 5000, Piçarreira I. Os telefones de contato são 86 98882-4506 e 86 99822 -3500. Além disso, é possível ajudar com quantias em dinheiro. Os interessados podem fazer através da chave Pix 00153559000151 (CNPJ).

Esta matéria faz parte de uma iniciativa do Grupo Meio Norte de Comunicação (GMNC) em parceria com  instituições sociais para apoiar a população em situação de vulnerabilidade socioeconômica, entre outros grupos que foram impactados pela pandemia da Covid-19. A ação compartilha histórias com objetivo de transformar vidas e arrecadar recursos financeiros para compra de alimentos e demais materiais solicitados pelas entidades participantes.



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