Dodge justifica a prisão de Pezão: 'Lavagem em curso'

Lava Jato está em nova operação contra corrupção no governo do Rio.

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Atualizado às 14:06

Em delação, o operador financero de Carlos Miranda afirmou queo governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB), preso na manhã desta quinta-feira (29), recebia propina em evenlopes azuis para não chamar atenção. As declarações de Carlos Miranda, o “homem da mala” do esquema de propinas atribuído a Sérgio Cabral (MDB), levaram Pezão para a cadeira, na Operação Boca de Lobo, braço da Lava Jato, nesta quinta-feira (29).

"Além do pagamento mensal de R$ 150 mil, havia o pagamento de um 13º também no mesmo valor no final do ano; os recursos eram transportados em envelopes azuis para não chamar atenção", declarou Carlos Miranda.

O "homem da mala" disse aos investigadores que ele próprio separava os recursos "após o recolhimento de propina nas empreiteiras e prestadores de serviço do Estado do Rio de Janeiro".

"O valor de R$ 150 mil, pelo seu volume, tinha que ser acondicionado em dois ou três envelopes; os pagamentos começaram em março de 2007 e perduraram até março de 2014, quando Cabral saiu do governo", relatou."Os pagamentos foram religiosamente cumpridos; depois de Cabral sair do governo, os pagamentos inverteram; Pezão passou a enviar a Cabral R$ 400 mil mensais."

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta quinta-feira (29) que havia "infrações criminosas muito graves" ocorrendo no Rio de Janeiro ao justificar a prisão do governador do estado, Luiz Fernando Pezão (MDB).

Pezão foi preso na manhã desta quinta no Palácio Laranjeiras. Além do governador, outras oito pessoas foram presas na operação batizada de Boca de Lobo. De acordo com o Ministério Público Federal, há registros documentais do pagamento em espécie a Pezão de mais de R$ 39 milhões no período 2007 e 2015.

Dodge explicou que embora as investigações sejam realizadas há algum tempo, as prisões foram necessárias porque crimes como o de organização criminosa e lavagem de dinheiro ainda estão em curso.

"Um dos crimes em curso é o de organização criminosa, continua atuando e especialmente à lavagem de dinheiro. A lavagem é o crime que se pratica após a corrupção e que consiste em ocultar onde o dinheiro está. Pelas informações, continua a ser feito", disse a procuradora.

A procuradora-geral da República afirmou que o crime de lavagem de dinheiro é "igualmente grave" porque, "se o dinheiro desviado pela corrupção continua na posse de quem desviou, o patrimônio publico terá dificuldade em ser recomposto".

Dodge ressaltou que "o esquema criminoso" que atua no Rio de Janeiro se instalou "em diversas unidades públicas do estado". Ela disse ainda que "muitos já estão condenados e presos, mas percebeu-se que este esquema criminoso ainda não cessou".

Lava Jato prende Pezão e outras oito pessoas no Rio de Janeiro

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (29) Luiz Fernando Pezão (MDB), governador do Rio de Janeiro. A força-tarefa da Lava Jato deu voz de prisão contra o político por volta das 6h no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do estado.

Batizada de Boca de Lobo, a operação é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral. O ex-governador, de quem Pezão foi vice, também está preso.

Comboio da Polícia Federal deixou o palácio com o governador preso às 7h35. Ele chegou à Superintendência da PF, na Praça Mauá, às 7h52.

Segundo o Ministério Público Federal, Pezão opera esquema de corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros. Há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.

Na avaliação da força-tarefa da Lava Jato, solto, o governador poderia dificultar ainda mais a recuperação dos valores, além de dissipar o patrimônio adquirido em decorrência da prática criminosa. Segundo o MPF, o esquema de corrupção ainda estava ativo.

A assessoria do governo do estado afirmou que não vai se pronunciar. Com a prisão de Pezão, assume automaticamente Francisco Dornelles, seu vice.

Os nove presos

- Luiz Fernando Pezão, governador do Estado do Rio de Janeiro

- José Iran Peixoto Júnior, secretário de Obras de Pezão

- Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz, secretário de Governo de Pezão

- Luiz Carlos Vidal Barroso, servidor da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico

- Marcelo Santos Amorim, sobrinho do governador

- Cláudio Fernandes Vidal, sócio da JRO Pavimentação

- Luiz Alberto Gomes Gonçalves, sócio da JRO Pavimentação

- Luis Fernando Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis

- César Augusto Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis



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