Mãe que denunciou engenheiro por abusar da filha perde guarda

Suspeito foi preso por dopar namorada para abusar da filha dela, de 7 anos. Vendedora diz que pai a impede de ver a menina: “Me sinto culpada”.

Mulher manteve relacionamento por quatro meses antes | Humberta Carvalho/G1
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A mãe da menina de 7 anos que teria sido estuprada por um engenheiro, de 61, em Goianira, Região Metropolitana de Goiânia, está há quase quatro meses longe da filha. Em entrevista na tarde de sexta-feira (12), a vendedora, que não quis se identificar, contou que, assim que descobriu que a criança estava sendo violentada sexualmente e denunciou o namorado para a polícia, a família de seu ex-marido, pai da vítima, a impediu de manter contato com a filha. ?Meu desejo hoje é estar perto da minha filha. Me senti culpada com tudo que aconteceu. Então, estou esperando a poeira baixar", declara.

A vendedora diz que a filha está morando com a família do pai, na capital, contra sua vontade e que, quando tenta falar com ela pelo telefone, a notícia é de que a menina não quer conversar. ?Minha filha era a única companheira que eu tinha. Não como nem durmo direito. Não tenho forças para nada. Se minha filha voltasse de novo para mim, eu não desgrudaria dela nunca mais, nem por um segundo. Estou disposta a passar o resto da vida sem nenhum companheiro só para cuidar dela?, declarou.

Depois que a filha foi morar com a família do pai, o quarto dela foi mudado. A mãe diz que não quer que ela tenha lembranças da casa como era na época em que sofreu os abusos.

O engenheiro foi preso na quarta-feira (10), em um shopping de Goiânia, quatro meses depois da denúncia. Ele é suspeito de ter dopado a namorada para abusar sexualmente da filha dela. Segundo a polícia, ele dava remédio para a mulher dormir e, então, praticava o crime. A polícia informou que o engenheiro já foi condenado pelo mesmo crime, há quatro anos, quando morava com outra mulher, a quem ele também dopava. A vítima era o filho da companheira, um menino de 7 anos. De acordo com a polícia, naquela época, o homem foi condenado a nove anos de prisão, mas estava foragido da Justiça.

Internet

A mulher descobriu pela internet que o namorado havia sido preso em 2008, suspeito de violentar um garoto da mesma idade de sua filha. Isso só aconteceu porque o engenheiro, com quem ela se relacionava havia quatro meses, sumiu inesperadamente. ?Ele nunca foi muito de contar da vida dele e ficava nervoso quando eu perguntava. Então, do nada, ele sumiu e não atendia minhas ligações nem retornava as mensagens. Um dia fiz uma busca pelo nome dele na rede e vi as matérias da época. Tinha até uma foto dele sendo preso. Fui lendo aquela história, montando um quebra-cabeça e entendi o que ele fazia comigo. Entrei em desespero?, lembra a namorada.

Depois de saber a verdade sobre o passado do ex-companheiro, ela tomou coragem para conversar com a filha. A menina de 7 anos contou sobre os abusos. ?Desmaiei?, relata a mãe.

A mulher contou que o engenheiro colocava remédio na comida, no suco e até em bombons. ?Eu não sei que medicamento era. Mas principalmente nos meus períodos menstruais, quando sinto muita cólica, ele ia até minha casa e me dava uns dois comprimidos dizendo que ia acalmar minha dor. Aí eu dormia?, lembra.

Currículo

Para a mulher, que pretende sair de Goiás quando a situação estiver resolvida, a aproximação do engenheiro pode ter sido premeditada. Ela conta que o conheceu depois que ele teve acesso a um de seus currículos. Segundo ela, o suspeito insistia em conhecê-la antes de oferecer a vaga de trabalho.

?Ele dizia que só podia me dar o emprego se me conhecesse. No meu currículo constava que eu tinha uma filha. E ele mesmo me contou que alguém falou para ele que eu era uma morena muito bonita que tinha uma filha que também era muito bonita e morava sozinha comigo?, lembra.



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