Maioria dos brasileiros tem intenção de doar órgãos, mas não avisa família

A Pesquisa Doação de Órgãos foi conduzida pelo Instituto Datafolha de forma presencial, por encomenda do IBRAFI.

Maioria dos brasileiros têm intenção de doar órgãos, mas não avisa família | Reprodução
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Com o objetivo de incentivar a efetiva doação de órgãos, o IBRAFIG – Instituto Brasileiro do Fígado e a ABTO – Associação Brasileira de Transplante de Órgãos se unem na campanha “Seja Doador de Órgãos e Avise sua Família”. Segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) da ABTO, cerca de 1.126 pessoas estão na fila de espera por um transplante de fígado e mais de 45 mil pessoas aguardam por um transplante de órgãos sólidos e de tecidos.

Pela Pesquisa DATAFOLHA, realizada de 2 a 7 de agosto de 2021,  7 em cada 10 brasileiros declararam que gostariam de ser doadores de órgãos por falecimento, mas cerca de metade destes potenciais doadores (46%) não informou à família sobre este desejo. Ainda segundo a pesquisa, a intenção de doação de órgãos diminui com a idade(79% entre os entrevistados de 18 a 24 anos, versus 55% entre pessoas de 60+), mas aumenta com a escolaridade (56% entre aqueles com ensino fundamental versus 79% dos brasileiros com ensino superior) e com a renda (55% nas classes DE e78%, na classe AB). 

Maioria dos brasileiros têm intenção de doar órgãos, mas não avisa família (Foto: Reprodução)

A Pesquisa Doação de Órgãos foi conduzida pelo Instituto Datafolha de forma presencial,  por encomenda do IBRAFIG, com 1.976 pessoas com 18 anos ou mais, de 129 municípios, pertencentes a todas as classificações econômicas, conforme critérios do PNAD 2019. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível deconfiança de 95%.

A região sudeste tem a maior proporção de brasileiros que manifestam desejo de doar (73%), enquanto o Nordeste tem a menor taxa de potenciais doadores (59%). Os homens avisam menos a família e quanto menor o nível de instrução formal, menor a notificação à família. Nordeste e Centro Oeste/Norte lideram são as regiões com menor notificação às famílias, conforme os dados desta pesquisa.

“Cada doação efetivada pode salvar a vida de oito pessoas, a partir de um único doador”, explica o hepatologista Paulo Bittencourt, presidente do IBRAFIG. “Durante os quase dois anos de pandemia, vimos o número de doações por milhão de população cair para valores bem abaixo da meta necessária para reduzir a morbimortalidade das pessoas em fila de espera para transplantes. Por isso, esta campanha é urgente – sem o consentimento da família, não há doação, mesmo que a intenção do possível doador seja conhecida detodo o seu entorno”.

Por que não doar?   

De todos os entrevistados, 30% declararam não querer doar seus órgãos quando do falecimento.  Desejo de continuar inteiro ou não querer ser manipulado após a morte (16%), motivos religiosos (13%), falta de vontade/interesse em doar (11%), doenças pré-existentes (9%) são os principais motivos alegados para não ser doador.  Do total, 26% responderam que não sabem porque não querem doar.

Doação de Órgãos e COVID 

Segundo Registro Brasileiro de Transplantes – Jan-Julho 2021,  editado pela ABTO,  o agravamento da pandemia pelo Covid-19 em todo o país acentuou a queda nas taxas dedoação e de transplante, regredindo aos números de 2014 nas taxas de doação em geral; até 2012, nas taxas detransplante de fígado e coração: 2011, de pulmão e até 2003, na taxa de transplante renal.



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